04/09/2024 - 11:48
O primeiro-ministro trabalhista britânico, Keir Starmer, defendeu no Parlamento, nesta quarta-feira (4), a medida do seu governo de suspender determinadas entregas de armas a Israel como uma “decisão legal, não política”, após as críticas recebidas.
“Seguiremos defendendo o direito de Israel de se defender, no entanto, é importante que sejamos um Estado comprometido com o direito internacional”, declarou Starmer, interrogado pelo líder da oposição e ex-primeiro ministro, o conservador Rishi Sunak.
“Este é um tema difícil, eu reconheço, no entanto é uma decisão legal, não política”, insistiu ele, após a medida ser criticada pelo governo israelense, por setores da comunidade judaica britânica e pela oposição conservadora.
O Reino Unido anunciou, na segunda-feira, a suspensão de 30 licenças de exportação de armas a Israel, de um total de 350, alegando que as conclusões de uma revisão jurídica estimam que existe um “risco” do uso das armas para uma violação do direito humanitário internacional no conflito em Gaza.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou estar “profundamente decepcionado” por esta decisão, que confirma um endurecimento da posição do novo governo trabalhista em relação ao governo de Benjamin Netanyahu.
Os aliados do Reino Unido “entendem” a medida, assegurou Keir Starmer, destacando que informou a decisão com antecipação aos EUA e a Israel.
Desde que chegou ao poder, no início de julho, o governo trabalhista manteve a mesma linha de seu antecessor conservador em relação ao conflito em Gaza, pedindo um cessar-fogo imediato, a libertação de todos os reféns e a aceleração da ajuda humanitária em Gaza.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islamista palestino Hamas em solo israelense, que matou 1.205 pessoas.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia e levadas para Gaza, 97 ainda estão presas lá, incluindo 33 que foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Em reposta, Israel lançou um ofensiva sobre Gaza que até agora deixou pelo menos 40.861 pessoas mortas, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
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