Premiê britânico defende ‘diversidade’ após enorme manifestação da extrema-direita

Premiê britânico defende 'diversidade' após enorme manifestação da extrema-direita

O primeiro-ministro britânico, o trabalhista Keir Starmer, defendeu, neste domingo (14), a “diversidade” do Reino Unido, um dia após 150 mil pessoas se manifestarem no centro de Londres, convocadas pela extrema-direita para reivindicar “liberdade de expressão”.

A marcha foi convocada pelo ativista de 42 anos Tommy Robinson, fundador do antigo grupo Liga de Defesa Inglesa, que já foi condenado várias vezes, especialmente por perturbação da ordem pública.

“Nossa bandeira representa a diversidade do nosso país e nunca cederemos”, declarou Starmer neste domingo no X, na sua primeira reação pública após o grande protesto.

O direito à manifestação pacífica é “um elemento fundamental dos valores do nosso país”, mas “não toleraremos agressões a policiais nem que indivíduos se sintam intimidados nas nossas ruas devido às suas origens ou à cor da sua pele”, acrescentou.

Segundo a polícia, participaram da marcha 150 mil pessoas, que desfilaram entre bandeiras britânicas e inglesas pelo centro da capital, algumas delas com cartazes que exigiam “o fim dos ‘small boats'”, as pequenas e precárias embarcações com as quais migrantes atravessam o Canal da Mancha entre França e Inglaterra.

Diversas personalidades de extrema-direita, incluindo Steve Bannon, ex-assessor do presidente americano Donald Trump, juntaram-se ao protesto, segundo os organizadores.

O bilionário Elon Musk dirigiu-se à marcha por videoconferência e pediu a dissolução do Parlamento britânico e a substituição do governo trabalhista.

“Escolham ou não a violência, a violência virá até vocês”, disse. “Ou se defendem ou morrem”, afirmou.

As declarações geraram indignação em associações antirracistas.

“Para qualquer um preocupado com o aumento do ativismo de extrema-direita e a normalização de sentimentos violentamente antimigrantes e antimuçulmanos, isto pode ser um sinal dos tempos sombrios que estão por vir”, disse em comunicado a ONG Hope not Hate.

A manifestação resultou na prisão de 24 pessoas, de acordo com a polícia londrina, cujos agentes enfrentaram uma “violência inaceitável” que deixou 26 membros da corporação feridos.