Premiado em Cannes, filme ‘Baby’ é aposta do cinema nacional em 2025

Filme protagonizado por João Pedro Mariano foi aplaudido de pé na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes

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Ator João Pedro Mariano Foto: Divulgação

O filme “Baby”, do diretor Marcelo Caetano, foi exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece até o dia 1º de fevereiro na cidade de Minas Gerais.

O longa, protagonizado por João Pedro Mariano, foi aplaudido de pé após ser exibido em uma sala para 400 pessoas – todas apaixonadas por cinema e impactadas com a história do jovem Wellington.

Apelidado de Baby por Ronaldo (Ricardo Teodoro), um homem mais velho que lhe apresenta novas maneiras de se sustentar, o garoto enfrenta desafios da vida nas ruas da República, região central de São Paulo, após deixar a detenção juvenil e descobrir que sua família o abandonou.

Com isso, Baby e Ronaldo criam um vínculo que, aos poucos, se transforma em uma relação movida à paixão, proteção, ciúme e conflito.

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O filme “Baby”, do diretor Marcelo Caetano, foi exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes

Em entrevista ao site IstoÉ Gente, João Pedro contou que passou dois meses visitando os internos da Fundação Casa para entender o personagem e admitiu que não foi nada fácil dar vida a Baby, pois veio de um lar acolhedor, em Guaxupé, interior mineiro, realidade totalmente diferente da que viveu na ficção, ao ser deixado pelos pais e obrigado a viver nas ruas, em meio à precariedade e muito próximo dos perigos noturnos.

“Eu venho de uma família de classe muito baixa, mas minha mãe sempre me falou: ‘Você vai poder sonhar’. Então, ela me apoiou, me colocou no teatro e me deu uma base para eu poder ir para São Paulo estudar e conquistar o que eu conquistei até agora, que é poder fazer esse filme”, declara ele.

Filho de empregada doméstica, o ator de 21 anos de idade ganhou o prêmio de Melhor Ator na Semana da Crítica do Festival de Cannes 2024, mas ainda não conseguiu realizar o sonho de dar uma melhor qualidade de vida para a sua mãe.

“Ela continua trabalhando como empregada doméstica e quero tirá-la dessa vida, porque é muito sofrida. Ela trabalha desde os 15 anos nessa área e está com 44 agora, é muito tempo. Quero poder dar logo essa oportunidade de ela sair dessa vida difícil”, completa o artista, que conseguiu se manter em São Paulo com ajuda do governo.

“Não tive muito suporte financeiro, então sobrevivi com uma bolsa financiada pelo governo, para poder estudar mesmo. Sou cria da escola pública, que vai atrás das pequenas oportunidades que dão para a gente. Então, ela sempre esteve ali comigo”, afirma.

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‘Baby’ é aposta do cinema nacional em 2025