A Azul registrou prejuízo de R$ 33,9 milhões no segundo trimestre de 2017, um recuo de 71,7% ante as perdas de R$ 120,1 milhões do mesmo trimestre do ano passado. No acumulado do primeiro semestre deste ano, a Azul somou lucro de R$ 21,3 milhões, ante um prejuízo de R$ 187,1 milhões no ano passado.

De abril a junho de 2017, o Ebitdar (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos com leasing de aeronaves) somou R$ 476,1 milhões, um crescimento de 41,2% ante igual intervalo de 2016, com margem Ebitdar de 27,6%, de 23,4%. No total dos seis primeiros meses de 2017, o Ebitdar foi de R$ 1,038 bilhão, alta de 38,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, com margem Ebitdar passando de 24,1% para 28,9%.

A receita líquida expandiu 19% do segundo trimestre de 2016 para 2017, para R$ 1,723 bilhão, enquanto no acumulado do primeiro semestre de 2017 ante 2016 a alta foi de 15,6%, para R$ 3,597 bilhões.

O resultado financeiro da Azul ficou negativo em R$ 158,3 milhões no segundo trimestre de 2017, uma alta de 108% ante o valor também negativo de R$ 76 milhões no segundo trimestre de 2016. No total do primeiro semestre, o resultado financeiro foi R$ 314,8 milhões negativos, alta de 108,4% contra 2016.

Despesas operacionais

A Azul finalizou o segundo trimestre de 2017 com o total de custos e despesas operacionais em R$ 1,618 bilhão, um crescimento de 12,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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A maior expansão foi vista na linha de combustível de aviação, cuja despesa e custos somaram R$ 415,9 milhões, uma alta de 24,9% ante o segundo trimestre de 2016. Na sequência aparece salários e benefícios, com crescimento de 18,5%, para R$ 310,8 milhões.

Segundo o informe de resultados da Azul, o aumento dos gastos com combustível foi devido a alta de 11,2% no preço, que passou de uma média de R$ 1,69 por litro no segundo trimestre de 2016 para uma média de R$ 1,88 por litro em 2017.

Já a expansão em salários e benefícios ocorreu em função das despesas com treinamento relacionado com a introdução dos A320neo na frota, e ao aumento de 7,4% em salários em decorrência dos acordos de negociação coletiva com sindicatos, aplicáveis a todos os empregados das companhias aéreas do Brasil em 2017.

As despesas e custos com arrendamentos mercantis de aeronaves e outros ficou 12,1% acima do segundo trimestre de 2016, em R$ 290,6 milhões, com a entrada de oito A320neo na frota, aeronaves maiores com taxas de aluguel mais altas, substituindo quatro E-Jets e três ATRs. “Esse aumento foi parcialmente compensado pela apreciação média de 8,4% do real frente ao dólar”, explicou a Azul, em informe de resultados.

Aeronaves

A Azul chegou ao mês de junho com uma frota contratual de 140 aeronaves, número 5,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. Do total, 37 estão em arrendamento financeiro e 103 em arrendamento operacional.

Já a frota operacional da companhia aérea atingiu em junho 123 aeronaves, uma alta de 1,7% ante junho de 2016, composta por 70 E-Jets, 40 ATRs, oito A320neos e cinco A330s, com idade média de 5,2 anos.

Segundo a Azul, as 17 aeronaves que não estão na frota operacional consistem em 14 subarrendadas para a TAP, dois E-Jets que estavam em processos de transferência para a TAP, e um A330 que retornou da TAP em junho.

As aquisições de bens do ativo imobilizado e intangível totalizaram R$ 188,1 milhões no segundo trimestre de 2017, uma expansão de 59,8% na comparação com igual intervalo do ano passado. De acordo com a Azul, o aumento ocorreu devido à aquisição de peças de reposição e a eventos de manutenção de motores próprios. Deste total, R$ 156,1 milhões esteve relacionado com aeronaves, R$ 10,9 milhões com pagamentos antecipados para aquisição de aeronaves e R$ 21 milhões com outros.

Alavancagem

A alavancagem da Azul, medida pela relação dívida líquida ajustada e Ebitdar (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos com leasing de aeronaves), atingiu 4,5 vezes no segundo trimestre de 2017, ante 5,1 vezes no trimestre exatamente anterior e 8,8x no segundo trimestre de 2016.


A dívida líquida da Azul chegou em junho de 2017 a R$ 1,394 bilhão, uma queda de 57,4% ante junho de 2016. A Azul também fornece a dívida líquida ajustada, que reflete a capitalização de arrendamentos operacionais, correspondentes a 7 vezes do aluguel dos últimos 12 meses, que somou R$ 9,335 bilhões, um valor 22,6% menor do que no ano passado.

O total de empréstimos e financiamentos da Azul ao final do segundo trimestre de 2017 atingiu R$ 11,583 bilhões, queda de 11,2% ante igual intervalo do ano passado. Deste somatório, R$ 7,941 bilhões correspondem ao leasing operacional (off-balance), queda de 9,6% ante 2016, e R$ 3,641 bilhões à dívida bruta, um recuo de 14,4% ante o segundo trimestre de 1016.

O caixa da Azul somou R$ 2,247 bilhões de abril a junho de 2017, uma alta de 130,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2016.

Cask

A Azul registrou no segundo trimestre de 2017 uma queda de 4,9% no custo operacional por assento disponível por quilômetro – conhecido no jargão setorial como Cask -, de 27,17 centavos de real, ante 28,56 centavos de real anotados no segundo trimestre do ano passado. O Cask excluindo despesas com combustível (Cask ex-combustível) entre abril e junho deste ano foi de 20,19 centavos de real, queda de 8,1% na mesma comparação.

Yield e Prask

O yield líquido, isto é, o valor médio pago por um passageiro para voar um quilômetro, ficou em 30,81 centavos de real no segundo trimestre deste ano, uma queda de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já o Prask, ou seja, a receita de passageiros dividida pelo total de assentos-quilômetro disponíveis, ficou em 24,92 centavos de real, 1,7% maior na comparação com igual etapa de 2016. A receita operacional por ASK, o Rask (receita operacional dividida pelo total de assentos-quilômetro oferecidos), somou 28,93 centavos de real, avançando 1,2% em um ano.

Projeções

A Azul divulgou projeções para o ano de 2017 de crescimento de capacidade (ASK), de decolagens, do custo operacional por assento disponível por quilômetro (CASK) e margem operacional.

Para a capacidade, ASK, a Azul informou que espera introduzir três aeronaves de nova geração A320neos durante o segundo semestre de 2017, totalizando 11 no final do ano. Assim, a projeção é de crescimento do ASK no ano é de 11% a 13%. Segundo a empresa, os A320neos representaram 12,6% dos ASKs durante o primeiro semestre e é esperado que representem em torno de 20% até o final do ano.

Com o aumento no número de assentos ofertados, a Azul projeta uma redução do CASK ex-combustível entre 3,5% e 5,5% em 2017. A margem operacional está projetada para atingir entre 9% e 11% no final de 2017.


A Azul também divulgou perspectiva para as decolagens, que tendem a evoluir de 1% a 2% neste ano.


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