A Prefeitura de São Paulo está estudando um novo pacote de concessões de prédios públicos para a área no entorno do Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. A ideia é viabilizar um programa permanente de manutenção do espaço, que está em obras. Além de assumir locais subutilizados, como a Galeria Prestes Maia, que liga o Anhangabaú à Praça do Patriarca, o gestor também poderia fazer shows e eventos no vale. Em troca, ficaria encarregado de zelar por toda a área.

As obras para revitalização estão em andamento. O piso dos antigos jardins do Anhangabaú já foram retirados. A Prefeitura deve instalar um novo calçamento, sistema de iluminação e chafariz, além de construir 13 quiosques, que também serão terceirizados. A expectativa é que a obra fique pronta em junho do ano que vem, a tempo de ser apresentada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) em sua campanha para reeleição. A obra está orçada em R$ 80 milhões. O projeto que Covas decidiu tocar havia sido formulado pela gestão de Fernando Haddad (PT).

O término das obras é uma das etapas da proposta de revitalização do centro, mas não é a única. “Nossa tese, sob o ponto de vista do desenvolvimento urbano, é que essa é uma oportunidade de não só requalificar o Anhangabaú mas, no contexto maior de requalificar o centro de São Paulo, colocar alguns equipamentos para funcionar aqui na área central”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre.

Por essa revitalização, paralelamente à reforma e à concessão do Anhangabaú, passa ainda obras de requalificação no calçadão do centro, no Largo do Arouche e os Parques Augusta e Minhocão, além da concessão do terraço do Edifício Martinelli, primeiro arranha-céu de São Paulo.

Chucre cita a Galeria Prestes Maia e o Cine Art-Palácio (local histórico, onde Amácio Mazzaropi estreava seus filmes, que hoje é da Secretaria Municipal de Habitação) como prédios públicos que poderiam ser melhor aproveitados por um parceiro privado, mas afirma que mais locais estão sendo mapeados. Entretanto, o próprio Vale tem seu potencial de geração de receita: com a reforma, o espaço para o público em eventuais shows será ampliado, o que favorece a exploração desse tipo de atividade ali.

O modelo exato dessa concessão não está definido e, segundo Chucre, não precisa necessariamente estar atrelado ao término das obras do Vale — poderia ocorrer depois. O secretário avalia que essa licitação seria de porte menor do que as grandes concessões da Prefeitura, como o Estádio do Pacaembu e o Parque do Ibirapuera, que sofreram uma série de revezes na Justiça e terminaram estourando os cronogramas originais.

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Por meio de nota, a Prefeitura informou ainda que “a proposta de renovação do Vale alavanca não somente a discussão das formas de uso e da recuperação das estruturas ambientais do espaço público, mas também renova a infraestrutura do Centro”, e que o projeto “é parte integrante de um sistema de renovação dos espaços voltados para pedestres em conjunto diversas outras ações em andamento”.


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