Dois dias após a agressão contra um casal de turistas na praia de Porto de Galinhas, a prefeitura de Ipojuca (PE) anunciou a suspensão temporária da barraca envolvida no episódio. A interdição é de uma semana. A administração municipal também pediu o afastamento preventivo dos garçons e atendentes que trabalham na barraca.
Os empresários Cleiton Zanatta e Johnny Andrade, do Mato Grosso, afirmaram ter sido agredidos no sábado, 27, após uma discussão sobre o preço do aluguel de cadeiras de praia. De acordo com o relato do casal, quando os dois foram pagar pelo uso de cadeiras, o preço era quase o dobro do combinado inicialmente.
Depois disso, um comerciante atirou uma cadeira contra Johnny, segundo o relato do empresário. O casal contou que cerca de 30 pessoas participaram da agressão. Eles afirmaram ao Estadão que o ocorrido teve motivação homofóbica.
Os comerciantes de Porto de Galinhas negam ter ocorrido homofobia. Um dos barraqueiros afirma que ele foi agredido pelo casal de turistas.
A Polícia Civil de Pernambuco informou ter identificado 14 pessoas. A governadora do Estado, Raquel Lyra (PSD), disse que eles serão indiciados e que todas as medidas cabíveis contra eles serão tomadas. Ela pediu desculpas pelo ocorrido.
A delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Beatriz Leite, informou na segunda-feira (29) que agentes estiveram na praia de Porto de Galinhas coletando imagens e levando pessoas para prestarem depoimento. A corporação comunicou que o caso está investigação e que só vai repassar mais informações após a conclusão do inquérito.
Em coletiva de imprensa na segunda-feira, a Polícia Militar afirmou que só ficou sabendo da agressão depois que o casal de empresários foi à delegacia. Apesar disso, o subcomandante da PM, coronel Ricardo Lopes, afirmou que a praia tem policiamento suficiente, feito em conjunto com a Guarda Municipal. Segundo ele, o policiamento foi reforçado após a agressão.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado comunicou ter feito uma reunião com órgãos municipais e estaduais para definir ações de reforço na segurança de Porto de Galinhas. Entre as estratégias definidas, estão a ampliação do plantão da Polícia Civil durante janeiro de 2026 e a intensificação de operações integradas entre a Polícia Militar, Guarda Municipal, Controle Urbano e Procon.
A Prefeitura de Ipojuca anunciou que vai reforçar a fiscalização para coibir a atuação irregular de flanelinhas, a prática de venda casada e a exigência de consumação mínima nas barracas.