Faltando poucas semanas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a União Internacional de Ciclismo (UCI) mandou informar aos dirigentes esportivos que não iria mais adotar a diplomacia e que iria falar abertamente sobre a crise que a modalidade vive no Brasil. O velódromo ainda não está pronto e, sem previsão, não há sequer prazo estabelecido para que os atletas possam testar a pista antes dos Jogos.

Nesta segunda-feira, diante das críticas internacionais, a Prefeitura do Rio de Janeiro rompeu o contrato que tinha com a empresa que erguia as instalações. Já no início do ano, a empresa que ganhou o contrato, a Tecnosolo, teve de subcontratar uma outra companhia para completar os trabalhos. A Engetécnica assumiu. Mas os atrasos apenas foram se acumulando.

Agora, a Empresa Olímpica Municipal rompeu o acordo com a Tecnosolo, hoje sob recuperação judicial, e toda a obra passa para as mãos da Engetécnica.

Mas apenas a mudança de contrato não tranquiliza o Comitê Olímpico Internacional (COI). Nesta semana, em Lausanne, a entidade promete pressionar o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, a trazer uma solução concreta. Aos dirigentes brasileiros, a UCI deixou claro que usaria a imprensa internacional para colocar pressão, com declarações públicas de queixa.

O presidente da UCI, Brian Cookson, declarou que está “extremamente preocupado” e alertou que “o tempo está se esgotando”. As provas começam no dia 11 de agosto no velódromo. Mas elas correm o risco de ocorrer sem que sequer um evento-teste seja realizado.

A ideia original era de um evento em março, o que acabou sendo cancelado. Uma segunda data foi sugerida, no dia 29 de abril. Mas também teve de ser anulada.

O Comitê Rio-2016 sugeriu agora que atletas internacionais possam ir ao local no dia 25 de junho para circular pela pista, sem a realização de uma competição. A proposta foi rejeitada categoricamente pela UCI, apontado que os atletas não iriam ao Rio nestas condições.

“Tem sido um processo muito difícil e o fato desses atrasos terem impedido um evento teste é muito preocupante”, disse o presidente da UCI. “Há muito trabalho ainda para ser feito para garantir que os ciclistas tenham as melhores condições possíveis. O tempo está verdadeiramente acabando.”

Entre as estruturas do velódromo que ainda estão inacabadas estão parte da arquibancada, elevadores e a área reservada à imprensa.