Prefeitura do Rio muda calendário de vacinação por falta de 2ª dose da CoronaVac

Prefeitura do Rio muda calendário de vacinação por falta de 2ª dose da CoronaVac

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A falta de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, levou a prefeitura do Rio de Janeiro a alterar nesta segunda-feira o calendário de vacinação da cidade diante da falta de imunizantes para aplicação da segunda dose da vacina.

O governo municipal afirmou que agora adotará a aplicação da segunda dose da vacina, que está sendo envasada no Brasil pelo Instituto Butantan, em dias alternados, até que novas remessas cheguem.

A mudança no calendário vem depois de o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), descartar problemas para a aplicação da segunda dose, alegando que o município tinha uma reserva técnica da vacina.

“A gente lamenta e pede desculpas, mas a gente precisa de novas doses. Esperávamos a chegada de 150 mil e chegaram 17 mil”, disse a jornalistas o secretário de saúde do Rio, Daniel Soranz, nesta segunda-feira.

A escassez de doses da CoronaVac para a segunda dose começou na semana passada no Estado do Rio de Janeiro e mais de 10 cidades já modificaram ou suspenderam a aplicação da segunda dose. A prefeitura da capital chegou a anunciar no fim de semana a suspensão por 10 dias da aplicação da CoronaVac por falta de doses.

A CoronaVac é aplicada com intervalo de três semanas entre a primeira e segunda doses. Inicialmente, a orientação do Ministério da Saúde era de que os gestores locais reservassem doses para a segunda aplicação, mas a diretriz foi alterado no final da gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello à frente da pasta.

Outros Estados também tiveram de suspender a aplicação da segunda dose da CoronaVac recentemente devido à falta de doses. O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu que a escassez foi causada porque as doses não foram reservadas para a segunda aplicação, e disse esperar que a situação se normalize com a continuidade do fluxo de entregas pelo Butantan.

Autoridades de saúde e o próprio ministério têm enfatizado que as pessoas que tomaram a primeira dose da CoronaVac devem tomar a segunda mesmo que o prazo previsto inicialmente tenha passado.

Na semana passada, o Butantan entregou 600 mil doses da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde e há previsão de entrega de mais 1 milhão de doses na quinta-feira.

O envase da vacina chegou a ser paralisado devido ao atraso na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da China. Uma carga de IFA suficiente para 5 milhões de doses da CoronaVac chegou ao Brasil no dia 19 de abril.

Até o momento, o Butantan entregou 42 milhões de doses da CoronaVac ao PNI. Além da CoronaVac, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregou 26,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, que está envasando, e o ministério recebeu 1 milhão de doses de vacinas da Pfizer. Os três imunizantes são aplicados em duas doses.

A cidade do Rio já vacinou cerca de 1,5 milhão de pessoas sendo que mais de 700 mil já receberam a segunda dose de CoronaVac ou da AstraZeneca. O Estado do Rio de Janeiro registrou 747.499 casos de Covid-19 e 44.835 mortes causadas pelo coronavírus.

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