O município do Rio de Janeiro contará com novos estágios operacionais emitidos pelo Centro de Operações Rio (COR), para facilitar os alertas meteorológicos à população. Os estágios variam de acordo com a evolução das avaliações sobre a intensidade da chuva e dos ventos. Antes eram três os estágios: normalidade, atenção e crise. Agora foram acrescentados os estágios de mobilização e de alerta.

“Saímos da normalidade e entramos agora na área de mobilização, depois estamos partindo para a área de alerta. Até chegar a de crise tem vários passos em que a população está sendo comunicada. Acho que a imprensa vai repercutir também nas rádios, nas televisões, na internet, de tal maneira, que a gente não seja pego desprevenidamente”, detalhou Marcello Crivella, na entrevista de apresentação do Plano Verão 2019, na sede do COR.

A medida faz parte deste Plano, que reúne ações para reduzir os efeitos negativos e preparar a cidade para as fortes chuvas que, em geral, atingem o município nessa época do ano. No lançamento do Plano, o prefeito Marcelo Crivella informou que já foram gastos R$ 80 milhões em obras preventivas, sendo que 90% estão em fase de conclusão.

O Plano prevê a mobilização de 10 mil funcionários para atuar em caso de chuvas fortes. Entre eles, 6.410 garis, 1.400 guardas municipais e 160 funcionários da Defesa Civil. Toda a rede de saúde estará preparada para o atendimento à população.

A ação também conta também com 164 sirenes instaladas em 103 comunidades, que terão disponíveis 194 pontos de apoio, entre eles escolas municipais e igrejas, para receber as pessoas em situação de risco. “Claro que a gente precisa também que as nossas sirenes sejam respeitadas e as pessoas desçam das áreas de risco. Essas áreas não são de risco quando não tem chuva, mas passam a ser de risco quando tem chuva e vento”, destacou Crivella.

Equipamentos

As medidas incluem 83 pluviômetros, 21 cancelas para fechamento preventivo de vias como Avenida Niemeyer, em São Conrado, zona sul do Rio; na Avenida Edson Passos, no Alto da Boa Vista; e na Avenida Menezes Cortes, conhecida como Grajaú-Jacarepaguá. Essas duas na ligação das zonas norte e oeste. Desde o fim de maio, por determinação da justiça do Rio de Janeiro, a Niemeyer está fechada ao trânsito, em consequência de deslizamentos provocados por chuvas fortes. Conforme a administração municipal, já foram feitas 50 intervenções naquela via com investimento de R$ 30 milhões. 

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Aplicativos

A prefeitura está contando também com os aplicativos para ampliar a comunicação com os moradores e visitantes. Pelo COR.RIO, lançado em agosto, é possível ter informações sobre previsão do tempo, trânsito, transportes e outras intervenções que possam impactar a rotina da cidade. O aplicativo Taxi.Rio, que tem 600 mil usuários, também vai emitir alertas à população. Além disso, por meio de um SMS com o CEP da residência encaminhado para o número 40199 já está disponível o recebimento de informações da Defesa Civil, o que alerta os usuários para possíveis temporais.

Lixo

Após o mapeamento de 42 localidades críticas em diversas vias da cidade, já foram retiradas mais de 50 toneladas de resíduos dos ralos. A orientação para momentos de alerta de fortes chuvas, é que o descarte do lixo domiciliar só deve ser feito na hora em que o caminhão de coleta passar.

Na visão da prefeitura, a cidade respondeu de forma rápida às últimas chuvas fortes, no dia 11 e o sistema de drenagem funcionou, mas ponderou que a causa dos alagamentos foi a sujeira superficial provocada pelo descarte irregular do lixo. Entre as medidas preventivas houve ainda a atualização dos mapas de riscos de deslizamentos e de pontos de drenagem supervisionados.

Resultado

O prefeito chamou atenção que a eficiência das medidas depende também da conscientização da população. “É bom lembrar que todas essas medidas não substituem as pessoas serem preventivas. As pessoas não jogarem lixo nos bueiros, não morarem em área de risco, não saírem de dentro de casa e passarem com seus filhos e seus carros em locais onde pode haver deslizamento de encostas, ainda que, em determinado parâmetro de chuva, a gente vá fechar as pistas nessas áreas”, apontou.

NASA

Crivella lembrou que a prefeitura tem um convênio com a NASA que está sendo aprimorado. “A intenção é ter nas áreas de risco de deslizamentos avisos com antecedência, baseados nas informações de precipitação de chuva e de vento”, contou.

O acordo de cooperação entre o Rio e a NASA, para a redução de riscos em desastres, começou em 2015, envolvendo objetivos como avaliações de perigos ambientais, mudanças climáticas e situações de riscos de mais longo prazo. Agora em outubro, a parceria foi renovada por mais um ano. Serão desenvolvidas novas ferramentas de monitoramento para a Prefeitura do Rio, com a intenção de prevenir a cidade também em relação a inundações.


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