A Prefeitura de São Paulo instalou máquinas que disponibilizam os medicamentos conhecidos como PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição), responsáveis pela prevenção ao HIV, nas estações de metrô da Vila Sônia, na Linha 4 – Amarela, e Luz – que liga as Linhas 1 – Azul, Linha 4 – Amarela e a CPTM. Até a sexta-feira, 12, quase 150 frascos dos remédios haviam sido entregues pelos equipamentos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
Os medicamentos podem ser obtidos por pessoas que realizarem teleconsultas por meio do canal SPrEP-PrEP e PEP, disponível no aplicativo e-saúdeSP. Ao final do atendimento, o médico disponibiliza um QR Code que é lido pela máquina, liberando os remédios prescritos automaticamente.
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A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo pontua que os equipamentos foram instalados em junho, na Vila Sônia, e em 5 de julho na Estação Luz, em uma tentativa de facilitar o acesso gratuito aos medicamentos. De acordo com a pasta, houve uma intensificação na busca pelos remédios desde a disponibilização das máquinas.
Segundo o órgão, desde o lançamento, há um ano, o serviço de atendimento que disponibiliza PrEP e PEP prestado pelo app e-saúdeSP teve 1,2 milhão de acessos. De maio para junho, houve um aumento de 99,25% no número de teleconsultas para acesso aos medicamentos.
PrEP e PEP
A PEP é um medicamento utilizado no combate ao HIV depois de o paciente ter contato com o vírus. O remédio possui caráter de urgência e deve ser empregado após a situação de risco por somente 28 dias. Segundo o infectologista Hélio Bacha, do Hospital Israelita Albert Einstein, o uso da droga possui muito sucesso. “(A PEP) É utilizada naquela pessoa que teve exposição sexual ou por acidente percutâneo”, explica o médico.
Por outro lado, a PrEP é um medicamento que deve ser usado de forma programada antes de uma possível exposição ao vírus do HIV, impedindo a contaminação pelo microrganismo. “As pessoas com comportamento de risco incontrolável, nós temos o uso dessa medicação como prevenção com muito sucesso”, pontua Hélio Bacha.
Originalmente, a PrEP era utilizada em pacientes que já estavam com a doença, entretanto, estudos posteriores apontaram que o medicamento também poderia evitar a contaminação pelo vírus.
De acordo com o infectologista, a terapia com medicamentos contra a Aids fez com que a enfermidade deixasse de ser considerada como inevitavelmente fatal e passasse para uma doença crônica. “Constatamos que, com o tratamento correto, a transmissão cessa. Um paciente com HIV cuja carga viral é indetectável, não transmite mais a doença para seus parceiros e a gestação se tornou segura para mães portadoras”, conta Bacha.
**Estagiário sob supervisão