A prefeitura de Belo Horizonte definiu os critérios que vai adotar para a retomada da atividade econômica da cidade, o que pode ocorrer a partir da próxima segunda-feira, 25, conforme anunciado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). A reabertura, porém, será decidida somente na segunda-feira, 22, depois de reunião do comitê da prefeitura formado por infectologistas para analisar o avanço do novo coronavírus na cidade.

A reabertura, conforme a prefeitura, será definida a partir de três índices, que o governo municipal chama de termômetros, e levam em consideração o nível de transmissão da doença, o número de leitos de terapia intensiva e de enfermaria disponíveis.

A prefeitura ainda não divulgou quais empresas e de quais setores voltarão e em que medida, mas está decidido que a volta ocorrerá por ondas. A primeira prevista para a segunda-feira, 25, outra para o dia 1º de junho e a terceira para 8 de junho.

É grande o número de pessoas nas ruas da capital sem máscara, sobretudo na Região Central. A prefeitura chegou a estabelecer multa de R$ 80 para quem andasse pela cidade sem a proteção. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), porém, se posicionou de forma contrária à medida.

Conforme a promotoria, a penalidade só poderia ser aplicada em regulamentação a lei aprovada pela Câmara Municipal. Um projeto de lei prevendo a multa foi enviado pelo município à Casa na segunda-feira, 18.

A capital registra 1.280 casos de covid-19, conforme boletim divulgado nesta quinta-feira, 21, pela Secretaria de Estado da Saúde. O número de mortes na cidade pela doença é de 36.

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Está definido, ainda, que a reabertura de bares, restaurantes, shoppings centers e shoppings populares serão tratadas em separado em reunião do comitê marcada para esta quinta-feira, 21. Há ainda definição que, na reabertura, todo o comércio e empresas de outros setores deverão observar as regras de distanciamento social, uso de máscaras e de álcool em gel. Haverá ainda distribuição de faixas educativas pela cidade com orientações à população.

Os critérios para retomada da atividade econômica da cidade foram discutidos por empresários em videoconferência realizada na terça-feira, 19.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flavio Roscoe, que participou da videoconferência, bares e restaurantes da cidade, um dos principais motores da economia local, não deverão retornar em um primeiro momento. E, quando houver a volta, será com controle do fluxo de pessoas. “A retomada inicial acontecerá com o comércio de menor risco”, afirmou, sem citar quais setores exatamente.

O empresariado do Estado vem pressionando o poder público para a reabertura da economia. “A Fiemg entende que o uso de máscaras, álcool em gel e o distanciamento social são mais do que suficientes para evitar o contágio descontrolado”, disse. A principal preocupação da prefeitura, segundo o dirigente, é em relação à circulação de pessoas pela cidade via transporte coletivo.

O primeiro boletim dos chamados termômetros da prefeitura foi apresentado no último dia 15. Os índices são classificados em cores e levam em conta dados dos últimos sete dias. Um dos termômetros, o do índice de transmissão por pessoa infectada, estava em 1,09 e foi classificado na etiqueta amarela. Os outros dois, ocupação de leitos de UTI e de enfermaria estavam no faixa verde, respectivamente com 49% e 30% do total em utilização.

A classificação em amarelo do nível de transmissão, conforme a prefeitura, não tornou necessária alteração na data de reabertura prevista para a segunda-feira. O limite, conforme o comitê de médicos da prefeitura para a covid-19, é de 1,20. O resultado, no entanto, mereceu alerta e deverá ser decisivo na reunião desta sexta-feira para a definição da reabertura.


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