MILÃO, 3 SET (ANSA) – O futuro do San Siro voltou a ser assunto nesta quarta-feira (3). O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, garantiu que não vai renunciar ao cargo se a venda do histórico estádio para Internazionale e Milan não for aprovada.
“De jeito nenhum. Não digo isso por instinto, mas com base em elementos racionais. Não desisto facilmente diante de dificuldades, mas, na verdade, acho que um prefeito deve renunciar se uma decisão prejudicar o funcionamento da administração. Por exemplo, se o orçamento não for aprovado, o prefeito vai embora, mas não diante de algo assim”, declarou o político, que lidera capital da região da Lombardia desde 2016.
Sala está estritamente envolvido na novela que circunda o San Siro há anos. Os dois principais times da cidade querem construir uma moderna arena totalmente nova, mas muitas figuras locais desejam que o estádio seja apenas revitalizado.
O prefeito admitiu que espera alcançar um acordo “o mais rápido possível”, mas descartou a possibilidade de dar um desconto aos interistas e milanistas no custo de quase 200 milhões de euros da venda do terreno onde o estádio está localizado e da demolição da estrutura.
“O chamado ‘desconto’ de que as pessoas falam é praticamente zero. Não é bem um ‘desconto’, mas apenas uma partilha das despesas que decorrem do processo”, explicou Sala.
O político avaliou que os atuais donos de Inter e Milan, os fundos americanos Oaktree e RedBird, respectivamente, “veem o futebol mais como uma oportunidade de negócio do que como uma paixão”. Ele ainda disse ter saudades do período que os clubes eram administrados pelos empresários Massimo Moratti e Silvio Berlusconi.
O contrato de venda do San Siro está atualmente sendo finalizado e será encaminhado em breve para aprovação da Câmara Municipal de Milão, com o objetivo de ser finalmente concretizado ainda neste mês.
As associações que defendem a existência do San Siro e se opõem à venda do estádio para a Inter e Milan estão pedindo ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que exija que a cidade “respeite os compromissos assumidos” nas Olimpíadas de Inverno de Milão e Cortina d’Ampezzo de 2026 e impeça a demolição do local. (ANSA).