PEQUIM, 23 JAN (ANSA) – Zhou Xianwang, prefeito de Wuhan, cidade da China considerada o marco zero da pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2, anunciou sua renúncia ao cargo, após críticas sobre falta de transparência e lentidão na divulgação de informações da Covid-19, informou a imprensa local nesta sexta-feira (22).   

A decisão foi tomada na véspera do primeiro aniversário do lockdown imposto a 11 milhões de cidadãos para conter a propagação do vírus no início do surto, em 23 de janeiro de 2020. Na época, a província de Hubei, no centro do país, da qual Wuhan é a capital, também foi colocada em um bloqueio total.   

Xianwang se tornou alvo de críticas principalmente depois de uma entrevista à emissora estatal CCTV, quando admitiu que 5 milhões de moradores deixaram Wuhan para celebrar o Festival da Primavera e os feriados do Ano Novo Chinês antes da restrição, classificada por ele de “sem precedentes na história da humanidade”, entrar em vigor.   

A revelação levou vários países a impor a proibição de voos provenientes da China. No entanto, da maneira como a Covid-19 se alastrou no mundo inteiro, as proibições foram comprovadas tarde demais.   

Na ocasião, o prefeito da cidade chinesa e o secretário do Partido Comunista local, Ma Guoqiang, assumiram a responsabilidade e colocaram seus cargos à disposição.   

Na última semana, um relatório provisório de um grupo independente nomeado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou a resposta inicial da China, dizendo que “as medidas de saúde pública poderiam ter sido aplicadas com mais força”, embora a China tenha efetivamente controlado o vírus meses depois.   

A província de Hubei e sua capital, Wuhan, suspenderam o lockdown prolongado em 8 de abril passado, depois que o vírus foi controlado. Até agora, o número de mortes causadas pela Covid em Hubei foi de 4.512, sendo 3.869 em Wuhan. Já em relação aos casos, Hubei acumula 68.134 contágios, incluindo os 50.339 de Wuhan. (ANSA)