O prefeito de Londres, Sadiq Khan, pediu ao Reino Unido, nesta quinta-feira (11), que estreite os laços com a União Europeia e acusou o Brexit de ter custado dezenas de bilhões de libras esterlinas à economia britânica.

O prefeito trabalhista destacou, em um comunicado, a necessidade de estabelecer “uma relação mais estreita com a UE” e assegurou que um novo acordo “tornaria a economia mais dinâmica e contribuiria para elevar o padrão de vida dos britânicos”.

Essa posição contrasta com a resistência dos principais partidos políticos, inclusive o seu, de mencionar as consequências do referendo de 2016, que aprovou a saída da UE, a poucos meses das eleições legislativas para as quais os trabalhistas são dados como vencedores sobre os conservadores do primeiro-ministro Rishi Sunak.

“Temos que ser honestos, o Brexit não é uma preocupação periférica que possamos deixar no passado. É um fator-chave da crise do custo de vida” provocado pela inflação, insistiu Sadiq Khan, candidato a um terceiro mandato nas municipais de maio.

Segundo um estudo encomendado junto à Cambridge Econometrics pelo prefeito de Londres, o Brexit custou 140 bilhões de libras (178 bilhões de dólares ou 870 bilhões de reais) à economia britânica, dos quais 30 bilhões de libras (186 bilhões de reais) afetaram a capital.

A Cambridge Econometrics estima que o Brexit, formalizado em 2020, causou a perda de dois milhões de empregos no país, 300.000 deles em Londres.

Segundo os mesmos dados, as perdas econômicas para o Reino Unido chegarão a 300 bilhões de libras (381 bilhões de dólares ou 1,8 trilhão de reais) até 2035, caso medidas para reverter a tendência não sejam tomadas.

Um porta-voz de Sunak respondeu a Khan, afirmando que a atividade econômica britânica “experimentou um crescimento mais rápido” que o da Itália e da Alemanha desde 2016.

O governo também destaca as oportunidades abertas pela saída da União Europeia, como o tratado de livre comércio com a Austrália ou a Associação Comercial Transpacífica.

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