O prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), estima gastar até R$ 50 mil para o tratamento com a aplicação de ozônio por via retal contra a Covid-19. Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da TV Globo, ele comentou o assunto.

“Ozônio é baratíssimo. A instalação nós temos, os recursos humanos são as nossas próprias equipes que temos no município. Vamos gastar R$ 40 mil , R$ 50 mil, no máximo, para fazer um estudo desta natureza com uma contribuição sensacional para a saúde pública do Brasil”, afirmou Morastoni.

De acordo com o prefeito, a cidade foi inscrita para uma pesquisa que deve verificar os efeitos da ozonioterapia em mais de 140 pacientes com Covid-19. A administração municipal aguarda aprovação da Associação Brasileira de Ozonioterapia para saber quando começar o tratamento.

Na entrevista, Morastoni aproveitou para defender novamente o tratamento e disse que essa prática é usada em muitos países. ‘”Um santo remédio”, disse.

Entidades não apoiam tratamento

Em nota, o Conselho Federal de Medicina reforçou que a “ozonioterapia não tem reconhecimento científico para tratar casos de Covid-19 ou outras doenças” e que não é liberada, com exceção de “ambiente de estudos científicos”.

“O CFM e Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), que atuam na disciplina, regulação e fiscalização do exercício da profissão, informam que os médicos que não obedecerem às normas éticas estabelecidas estão sujeitos à denúncias e averiguação de suas condutas no que se refere à prescrição da ozonioterapia”, diz a nota.

Na terça-feira (4), o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) encaminhou uma recomendação para que Morastoni não use a ozonioterapia no tratamento do coronavírus. “O efeito da ozonioterapia em humanos infectados por coronavírus (Sars-Cov 2) é desconhecido e não deve ser recomendado como prática clínica ou fora do contexto de estudos clínicos”, aponta o Promotor de Justiça Maury Roberto Viviani, citando nota técnica do Ministério da Saúde.

Vale ressaltar, que de acordo com a OMS, ainda não há tratamento cientificamente comprovado que seja eficaz para combater o novo coronavírus.