01/11/2023 - 11:05
Em Campina Grande, no agreste da Paraíba, uma empresa que pertence à mulher do secretário de Cultura da cidade, que é primo do prefeito Bruno Cunha Lima (PSD-PB), tem um contrato de R$ 121 mil com a prefeitura municipal.
Em 10 de agosto deste ano, foi publicado no Diário Oficial da Paraíba que um contrato sem licitação havia sido firmado entre a prefeitura local e a empresa Roberta Gomes Sociedade Individual de Advocacia. O serviço prestado é de treinamento “técnico jurídico especializado de consultoria” para servidores que atuam no setor de mobilidade urbana de Campina Grande.
A empresa é de Roberta Gomes da Cunha Lima, mulher do secretário de Cultura da cidade, Ronaldo da Cunha Lima Filho. Ronaldo é primo do prefeito do município e a sua nomeação para a pasta foi publicada no Diário Oficial no dia 17 de outubro.
Dos R$ 121 mil previstos no contrato, a prefeitura paraibana já pagou R$ 24.200 para a empresa de Roberta, em uma liquidação feita na última quinta-feira, 26. A prestação de serviços pela mulher do secretário tem previsão de término para o último dia de 2023.
De acordo com o contrato firmado entre Roberta e a Prefeitura de Campina Grande, o serviço prestado é de treinamento de servidores do município para os preceitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), legislação brasileira que regula as atividades de tratamento de dados pessoais no mundo virtual.
No Instagram, Roberta publicou, em 27 de setembro, um vídeo realizando os treinamentos para os servidores do município. “Se tem uma coisa nessa vida que eu goste mais do que ministrar treinamentos e aulas na parte de proteção de dados, eu desconheço!”, afirmou a advogada na legenda da postagem.
Família tradicional
A família Cunha Lima é tradicional na Paraíba e tem em Campina Grande uma importante base eleitoral. Bruno e Ronaldo são parentes dos ex-senadores Cássio e Ivandro Cunha Lima e do ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima.
A reportagem procurou Roberta Gomes Cunha Lima, Ronaldo Cunha Lima Filho, Bruno Cunha Lima e a prefeitura de Campina Grande, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestações.