A prefeita do balneário de San Vicente no Equador, Brigitte García, foi assassinada a tiros, informou a polícia neste domingo (24), em meio ao estado de exceção declarado no país para acabar com a violência ligada ao tráfico de drogas.

Brigitte García, prefeita do balneário de San Vicente, na província de Manabí (sudoeste), foi assassinada junto com um de seus funcionários.

Durante a madrugada “duas pessoas foram identificadas dentro de um veículo sem sinais vitais, com ferimentos de bala”, informou a polícia na sua conta na rede social X.

O crime ocorreu em meio ao estado de exceção que vigora no Equador desde janeiro, quando ocorreu um ataque de facções do tráfico de drogas após a fuga do líder da gangue Los Choneros, Adolfo Macías, conhecido como Fito, da prisão de Guayaquil.

Após a fuga, o presidente Daniel Noboa declarou o país em conflito armado interno e chamou cerca de vinte organizações de tráfico de drogas de “terroristas” e “beligerantes”, mobilizando as Forças Armadas para subjugá-las.

O governo afirma que o chamado “Plano Fênix” reduziu a violência graças à presença dos militares nas prisões e nas ruas.

Mas neste fim de semana vários atos de violência foram relatados no país.

No sábado, uma patrulha do exército foi emboscada na província de Sucumbíos (fronteira com a Colômbia), na qual um soldado morreu e três ficaram feridos.

Na cidade andina de Latacunga (centro), a polícia evacuou um estádio onde estava sendo disputada uma partida do campeonato de futebol profissional devido a uma ameaça de bomba. Após a fiscalização, os agentes detonaram cinco “possíveis cargas explosivas”, segundo a polícia.

García, de 27 anos, fez parte do movimento Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), que se pronunciou sobre o ocorrido.

“Se é tão difícil para nós, imagino como devem estar suas famílias. Não tenho palavras”, escreveu o ex-presidente na rede X.

A ex-candidata presidencial Luisa González, do mesmo partido, afirmou: “Em estado de choque, ninguém está seguro no Equador”.

Desde janeiro, quando foi declarado o estado de exceção, a força pública realizou cerca de 165 mil operações, efetuou mais de 12 mil detenções, matou 15 pessoas consideradas “terroristas” e apreendeu cerca de 65 toneladas de droga, segundo um balanço do Executivo.

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