Prefeita de Roma está fora de 2º turno, diz boca de urna

ROMA, 4 OUT (ANSA) – A prefeita de Roma, Virginia Raggi, está fora do segundo turno das eleições municipais na capital italiana, de acordo com pesquisas de boca de urna divulgadas nesta segunda-feira (4).   

Levantamento realizado pelo Consórcio Opinio Italia para a emissora pública Rai mostra o advogado Enrico Michetti, apoiado pela direita e extrema direita, com 27% a 31% dos votos, seguido pelo ex-ministro da Economia Roberto Gualtieri, do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), com 26,5% a 30,5%.   

Raggi, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), aparece empatada na terceira posição com o ex-ministro do Desenvolvimento Econômico Carlo Calenda, de centro, com 16,5% a 20,5% A boca de urna feita pelo instituto Intention Tecné para a emissora Mediaset mostra resultado semelhante: Michetti e Gualtieri com 27% a 31% cada, Calenda com 17% a 21% e Raggi com 16% a 20%.   

Primeira mulher a governar Roma em sua história milenar, Raggi havia sido eleita em 2016, na esteira do crescimento do populismo na Itália, mas teve um mandato conturbado e foi bastante criticada por não ter resolvido problemas crônicos da “cidade eterna”, como as deficiências na gestão de lixo e no sistema de transporte público.   

A prefeita chegou inclusive a ser processada por falso testemunho em uma investigação sobre supostas irregularidades nas nomeações para seu secretariado, mas acabou absolvida. Raggi também pagou o preço da queda de popularidade do M5S, primeira força antissistema a chegar ao governo na Europa Ocidental.   

Dono da maior bancada no Parlamento por causa de sua vitória nas eleições legislativas de 2018, o partido viu seu eleitorado minguar nos anos seguintes, durante os dois governos de Giuseppe Conte. No primeiro, o M5S afastou apoiadores progressistas ao se aliar com a extrema direita de Matteo Salvini. No segundo, incomodou populistas e eurocéticos ao se juntar com a centro-esquerda tradicional.   

Agora o M5S ainda faz parte da base aliada do premiê Mario Draghi, um símbolo do establishment europeu que o movimento sempre criticou. Além de Roma, as eleições municipais de 2016 também haviam levado o partido ao poder em Turim, com Chiara Appendino, mas a prefeita sequer se candidatou à reeleição.   

Segundo boca de urna do instituto Opinio Italia, a postulante do M5S na capital do Piemonte, Valentina Sganga, está em terceiro lugar, com 7% a 9% dos votos, enquanto a centro-esquerda, com Stefano Lo Russo (44% a 48%), e a direita, com Paolo Damilano (36,5% a 40,5%) devem ir ao segundo turno.   

Milão – Ao contrário de Raggi, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, será reeleito em primeiro turno, de acordo com as pesquisas de boca de urna.   

Segundo levantamento realizado pelo Consórcio Opinio Italia para a Rai, Sala, do partido ambientalista Europa Verde e apoiado pela centro-esquerda, tem de 54% a 58% dos votos.   

Luca Bernardo, apoiado pela direita e extrema direita, aparece com 32% a 36%, enquanto Layla Pavone, do M5S, tem de 2% a 4%.   

Já a pesquisa do instituto Intention Tecné para a Mediaset mostra Sala com 53% a 57%, Bernardo com 33% a 37% e Pavone com 2% a 6%.   

A centro-esquerda também deve vencer no primeiro turno em Bolonha, com Matteo Lepore (61% a 65%, segundo o Opinio Italia), e em Nápoles, com Gaetano Manfredi (57% a 61%). Ambos são bancados pelo PD, mas também correm com o apoio do M5S.   

Já a direita é favorita à vitória em Trieste, com Roberto Dipiazza, que aparece na boca de urna do Opinio Italia com 46% a 50% dos votos, contra 29% a 33% do centro-esquerdista Francesco Russo.   

Mais de 1,1 mil cidades foram às urnas entre 3 e 4 de outubro, e os colégios eleitorais foram fechados às 15h (10h em Brasília) desta segunda-feira. (ANSA).