Balneário Camboriú foi a cidade escolhida para Jair Renan Bolsonaro (PL), filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se lançar na política. Candidato a vereador, o “04” declarou pouco mais de R$ 42 mil em bens ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e irá às urnas com o nome de Jair Bolsonaro.

O município catarinense entrou de vez no mapa da direita em julho, quando sediou a CPAC Brasil (Conferência de Ação Política Conservadora), dando palco aos políticos mais fiéis ao ex-presidente (e ao próprio), lideranças internacionais desse campo ideológico — como o presidente argentino Javier Milei –, ataques à imprensa e duros discursos contrários ao PT e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

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Nas eleições de outubro, deve ser um dos “palcos-chave para determinar o crescimento eleitoral ou não do bolsonarismo”, de acordo com Daniel Pinheiro, professor do departamento de administração pública da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina). “Novas lideranças [da direita] têm surgido na cidade, e o desempenho delas pode dar uma dimensão de estratégias que serão reproduzidas em outras cidades e disputas”, disse ao site IstoÉ.

Cenário de apostas

Balneário Camboriú deu 74,57% dos votos a Bolsonaro no segundo turno de 2022, mas não é a relevância eleitoral — são apenas 106 mil eleitores aptos a votar neste ano — que a torna importante para o grupo político do ex-presidente.

A cidade tem um alto fluxo turístico, sete dos dez edifícios mais altos e ostenta o metro quadrado mais caro do Brasil, feitos que renderam a alcunha de “Dubai brasileira” e são tratados por lideranças da direita como expressões de prosperidade econômica e sucesso do empresariado local associados à tendência de gestões conservadoras.

“Há um empresariado forte e que comumente se posiciona politicamente, em defesa de pautas liberais, na região. Isso se soma a um contexto estadual de alinhamento à direita e bons índices econômicos, o que faz com que os discursos em relação à economia caiam muito bem para os eleitores”, afirmou Pinheiro. “A associação se dá mais pelas pautas econômicas do que as demais”.

Nessa linha, apostas da direita na cidade, como o vereador Victor Forte (PL), candidato à reeleição aos 26 anos, ostentam como tônica de sua comunicação fatores econômicos locais — caso da obra de alargamento da Praia Central, questionada por especialistas do urbanismo –, em desfavor de pautas ideológicas.

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Peeter Grando (PL), o estreante candidato à prefeitura do campo, é empresário, pastor da igreja evangélica Bola de Neve e teve a candidatura abalada após a revelação um escândalo de desvio de dinheiro por parte pastores próximos a ele na entidade, mas foi avalizado por Bolsonaro.

Mesmo sendo conservador e evangélico, perfil repetido em alguns dos quadros mais extremos que cercam o ex-presidente, Grando não coleciona declarações polêmicas e, em suas redes sociais, aposta em pautas econômicas. No jingle oficial, divulgado na sexta-feira, 16, reforçou a associação atual prefeito Fabrício Oliveira (PL), a quem busca suceder, e não citou Bolsonaro.