Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) – Os preços no atacado no Japão marcaram sua primeira alta anual em mais de um ano em março, sinal de que o aumento do custo das commodities está comprimindo as margens corporativas e adicionando pressão inflacionária à terceira maior economia do mundo.

Analistas, entretanto, esperam que o impacto sobre a inflação ao consumidor seja mais modesto no Japão do que nos Estados Unidos, já que o fraco crescimento dos salários e uma vacinação lenta devem pesar sobre os gastos das famílias.

O índice de preços de bens corporativos do Japão, que mede os preços que as empresas cobram entre si por seus bens e serviços, subiu 1,0% em março em relação ao ano anterior, segundo dados do banco central divulgados nesta segunda-feira, marcando o primeiro aumento em 13 meses.

A alta dos preços no atacado, que atingiu o ritmo mais rápido desde janeiro de 2020, superou a mediana das projeções do mercado de avanço de 0,5%, após queda de 0,6% em fevereiro.

“Embora ainda haja muita incerteza quanto às perspectivas, a atividade econômica global está se recuperando e mantendo altos os preços das commodities”, disse Kouta Fujiwara, economista do Instituto de Pesquisa NLI.

Em comparação com o mês anterior, os preços no atacado subiram 0,8% em março para marcar o maior ganho desde outubro de 2019.

“O aumento é impulsionado principalmente pelas recuperações nas economias dos EUA e da China, que estão elevando os preços globais das commodities, em vez de uma recuperação na demanda interna”, disse Shigeru Shimizu, chefe da divisão do banco central que supervisiona o movimento dos preços.

“É muito cedo para dizer que os níveis de preços voltaram totalmente aos níveis anteriores à pandemia”, disse em uma entrevista coletiva.

(Por Leika Kihara)

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