Os preços do petróleo fecharam em queda nesta sexta-feira (5), afetados pela perspectiva de um aumento da produção por parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) após sua reunião prevista para o domingo.
O preço do barril de Brent do mar do Norte, para entrega em novembro, recuou 2,22%, a 65,50 dólares.
Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate para entrega em outubro caiu 2,54%, a 61,87 dólares.
Os operadores “estão preocupados com um aumento da oferta, que poderia provocar uma superabundância no mercado petroleiro”, declarou à AFP Rob Thummel, da Tortoise Capital.
Em poucos meses, a Opep+ aumentou suas cotas de produção diária em 2,2 milhões de barris.
Com uma oferta já considerada superior à demanda, tradicionalmente menor depois do verão, os analistas preveem que o cartel opte pelo status quo este mês.
No entanto, versões publicadas na imprensa apontam para um aumento da produção, impulsionado especialmente pela Arábia Saudita, um dos maiores produtores do grupo.
Esta possibilidade foi desmentida na quinta-feira pelo vice-primeiro-ministro russo e ex-ministro da Energia, Alexander Novak, que disse que o grupo não tinha uma agenda fixa antes da reunião do fim de semana, em declarações à agência oficial de notícias russa TASS.
Washington costuma usar a bonança petroleira russa como motivo para pressionar Moscou a negociar sobre a guerra na Ucrânia.
Durante uma conversa com líderes aliados da Ucrânia, reunidos na quinta-feira em Paris, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que “a Europa deve parar de comprar petróleo russo”, declarou à AFP um alto funcionário da Casa Branca.
Se a Opep+ decidir abrir ainda mais as comportas, “o risco é inundar o mercado”, o que provocaria uma queda dos preços, assinalou Stewart Glickman, analista da CFRA Research.
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