O petróleo futuro fechou sessão desta quinta-feira, 18, em forte queda, com diversos fatores estimulando o recuo nos preços dos contratos em Nova York e Londres. O mercado repercute, em especial, o recrudescimento da pandemia de coronavírus na Europa, aliado às incertezas quanto à vacina desenvolvida pela AstraZeneca. A alta do dólar ante moedas concorrentes também pressionou o petróleo, já que a commodity energética fica mais cara e, portanto, menos atraente a investidores que negociam em outras divisas.

O petróleo WTI com entrega para maio fechou em queda de 7,07% (-US$ 4,57), cotado a US$ 60,06 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Foi o maior recuo do contrato do WTI desde setembro do ano passado. Já o Brent para maio cedeu 6,94% (-US$ 4,72), aos US$ 63,28 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Diversos países da Europa têm registrado alta recente nas infecções locais por coronavírus, e governos adotam novas medidas para frear os contágios. O cenário preocupa investidores, à medida que coloca em cheque a recuperação da demanda global por petróleo. O cenário europeu se soma às incertezas quanto ao uso da vacina da AstraZeneca, supostamente responsável por quadros tromboembólicos em pacientes que foram inoculados com o produto. A Agência de Medicamentos Europeia (EMA, na sigla em inglês), porém, disse que o imunizante da farmacêutica britânica é segura, após revisar os casos reportados por Estados-membros da União Europeia.

Segundo o analista da Schneider Electric Robbie Fraser, além da Europa, a demanda do mercado asiático por petróleo começa a dar sinais de fraqueza em compras recentes. “O que era uma recuperação consistente da demanda, até o momento, agora parece mais precária”, afirmou. Ele nota, porém, que a chegada do verão no hemisfério norte pode dar sobrevida ao óleo, já que o período costuma registrar aumento de viagens discricionárias e, portanto, maior demanda por combustível cuja matéria-prima é o petróleo.

Investidores ainda repercutem o avanço dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, segundo informou ontem o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Sinalizações da Agência Internacional de Energia (AIE) de que um novo superciclo da commodity não parece provável também contribuiu para o tombo do petróleo durante a sessão de hoje.

Também ficou no radar do mercado as tensões entre EUA e Rússia. De acordo com o estrategista-chefe da Blue Line Futures, Phillip Streible, o temor de investidores se concentra na possibilidade do governo de Vladimir Putin tentar prejudicar os produtores de petróleo xisto dos EUA ao inundar o mercado com mais oferta.

*Com informações de Dow Jones Newswires