O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira, 1º, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem uma grande obsessão: o preço. “Preço de alimento, preço de energia, preço de combustível, para que a gente possa, respeitando o mercado, combater a desigualdade”, disse. Silveira terá uma reunião nesta segunda-feira com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o tema.

Ele também sugeriu a necessidade de buscar fontes de financiamento para que o País siga avançando na expansão das energias renováveis e indicou que uma dessas fontes poderiam ser os impostos do setor de petróleo. “Ele [o petróleo] é uma grande fonte de financiamento de saúde e educação através do fundo social, e pode ser também, através de seus impostos, uma grande fonte de financiamento de preços módicos de energia elétrica”, disse.

Segundo o ministro, um dos problemas na área de energia elétrica são os subsídios embutidos na conta de luz, que acabam tornando os valores mais pesados para os consumidores. “Se tornou quase um hábito empurrar todos os subsídios na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), criando grande distorção no Brasil”, disse, durante entrevista à GloboNews. “Não podemos deprimir a economia com a conta de energia, que cresceu nos últimos anos de forma galopante em consequência dos subsídios enfiados na CDE, alguns importantes para a transição energética, mas muitos outros desnecessários”, afirmou o ministro.

Linhas de transmissão

O ministro confirmou ter encaminhado na última sexta-feira, 29, uma medida provisória à Casa Civil para “compatibilizar” as linhas de transmissão com projetos renováveis. Na prática, conforme mostrou o Broadcast Energia (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), se publicado, o texto dará mais prazo para que usinas eólicas e solares entrem em operação garantindo direito a subsídio nas tarifas de transmissão e distribuição.

Silveira alega que o governo Bolsonaro se omitiu com relação a prazos de contratação de linhas de transmissão para o escoamento de energia renovável produzida no Nordeste e atribuiu à necessidade de “nutrir o reconhecimento internacional” de respeito a contratos a necessidade de dar mais prazo às novas energias renováveis.

A avaliação é que muitos projetos podem entrar em operação sem que as linhas de transmissão estejam prontas, o que inviabilizaria a distribuição.