Os preços internacionais do petróleo caíram nesta segunda-feira (10) devido a temores de recessão nos Estados Unidos, em meio a preocupações no mercado sobre um possível desequilíbrio entre oferta e demanda.
No mercado de Londres, o preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio recuou 1,54%, fechando a 69,28 dólares.
Já em Nova York, o barril do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em abril perdeu 1,51%, sendo cotado a 66,03 dólares.
Os operadores “estão se ajustando” às preocupações sobre a saúde da economia americana, que estão impactando os mercados financeiros, destacou Robert Yawger, analista da Mizuho USA, à AFP.
As declarações do presidente Donald Trump no fim de semana também não ajudaram a acalmar os mercados.
Em uma entrevista divulgada no domingo, Trump evitou prever se haverá ou não uma recessão nos Estados Unidos este ano.
“Detesto prever coisas assim”, disse à Fox News, quando questionado diretamente sobre a possibilidade de uma recessão na economia americana em 2025.
“Estamos em um período de transição, porque o que estamos fazendo é muito grande. Estamos trazendo a riqueza de volta para os Estados Unidos”, afirmou. “Isso leva um pouco de tempo”, acrescentou o republicano.
O secretário de Comércio de Trump, Howard Lutnick, foi mais enfático ao ser perguntado no domingo sobre a possibilidade de uma contração econômica.
“Absolutamente não”, respondeu ao programa “Meet the Press”, da NBC, quando questionado se os americanos deveriam esperar uma recessão.
“Trump não usou a palavra ‘recessão’, mas é nisso que os mercados financeiros estão pensando”, afirmou Arne Lohmann Rasmussen, da Global Risk Management.
Como resultado, “estamos nos aproximando do nível mais baixo desde a semana passada”, quando o preço do petróleo atingiu mínimas em anos, destacou Yawger.
O analista “duvida” que o piso do WTI seja de 65 dólares, considerando “todos os problemas que o mercado enfrenta”.
“Os barris de petróleo da Opep+ voltarão ao mercado em abril, há destruição da demanda devido às tarifas, o pico da demanda chinesa já passou, entre outros fatores”, explicou Yawger.
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