O goleiro Tadeu, do Goiás, se prepara para o início do Campeonato Brasileiro com múltiplas preocupações. Em entrevista ao Estadão, ele comentou não se sentir plenamente seguro para viajar e entrar em campo pelo País durante a pandemia do novo coronavírus, mas afirmou que está preparado para enfrentar a maratona de 38 rodadas espremidas no calendário até fevereiro de 2021. Adversário do São Paulo na estreia, o Goiás sonha em fechar a competição entre os dez primeiros lugares.

Confira a entrevista com Tadeu:

Qual é a sua expectativa e a do Goiás para este Brasileirão?

A expectativa é a melhor possível devido à bela campanha que fizemos ano passado, pelo campeonato de destaque que tive também junto com a equipe. Eu espero que esse ano seja tão bom quanto 2019. Mas sempre buscamos melhorar, dar um passo à frente. Espero que a gente possa fazer uma competição sólida, equilibrada, na parte de cima da tabela. Isso é importantíssimo para o clube.

Será a sua segunda temporada na Série A. O quanto você acha que está diferente em comparação ao início do ano passado?

Agora é muito diferente. Acredito que agora tem um respeito maior. Ano passado pouca gente conhecia. Pela boa campanha que a equipe fez e o campeonato de destaque que eu tive, me dá esse crédito, esse respeito. Isso eu tenho de trazer a meu favor para me ajudar a fazer um campeonato ainda melhor que o do ano passado. O caminho é por aí. Tenho de aproveitar esse campeonato que eu tive para fazer um segundo ainda melhor.

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Depois de o Flamengo ter ido muito bem em 2019, quais outros times você considera como favoritos ao título?

O Flamengo, por tudo o que tem feito, é uma unanimidade que eles são os favoritos ao título. Tem sempre aquelas equipes que são cotadas a esse favoritismo, como o Palmeiras, Atlético-MG, Grêmio e Inter. São equipes que estão na Libertadores e têm essa credencial de disputar o título.

Como o time reagiu para não ter a preparação atrapalhada pelos casos do novo coronavírus?

Durante o nosso retorno teve alguns casos aqui. Nós estamos vulneráveis a isso. Se sair de casa, já estamos correndo risco de contrair esse vírus. Mas temos tomado todos os cuidados, sabemos que não é bacana ter companheiros pegando esse vírus, por conta de ficar afastado também. Não tem como agir com naturalidade, porque é algo ainda que ninguém aprendeu a conviver. Só vai se tornar natural quando tiver um remédio para isso.

Você se sente tranquilo para treinar, jogar e viajar mesmo durante a pandemia?

Ninguém se sente seguro para sair de casa para fora. É um inimigo invisível que estamos enfrentando. Acho que 100% seguro nenhuma pessoa fica. Por frequentar hotéis, aeroportos e outras cidades, a gente acaba tendo esse risco. Mas precisamos correr esse risco para jogar o Brasileirão. Aqui no Goiás temos tomado todas as precauções, o clube tem dado todo o suporte para nossa segurança. Temos de continuar acreditando e confiando no protocolo e no que o clube tem feito por nós para que a gente faça essas viagens de forma mais tranquila, mesmo não sendo fácil. Temos de confiar que as coisas vão acontecer da melhor forma.

Como o time pretende lidar com a sequência de viagens e de desgaste?

Vai ser complicado para todas as equipes. Nosso calendário já é apertado e agora ficou ainda mais. A gente sabe que mesmo com o tempo necessário que tivemos para a nossa preparação, o desgaste do jogo é maior. Isso inclui viagens. Eu vejo que a equipe está preparada para isso. Em um campeonato que tem tantos jogos acumulados, precisa de um plantel forte e preparado. Vejo isso também na nossa equipe. Além da parte física e do desgaste, temos de trabalhar muito o nosso psicológico para conviver, poder viajar, para poder estar bem focado e concentrado nos jogos e esquecer o problema que a gente enfrenta. Isso é um fator muito importante para poder executar o nosso melhor possível.

Como goleiro, você acha que o Brasileirão ficará muito diferente por não ter torcida nos jogos?

Será um campeonato completamente atípico. Não tem aquele calor das arquibancadas, a pressão dos jogos, a chegada nos estádios com os torcedores apoiando ou vaiando. Não vai ter aquele clima legal que é o calor das pessoas e da torcida. Isso acaba igualando muito a questão dos jogos. A gente sabe que torcedor faz a diferença. Como ninguém vai ter esse torcedor, os times que jogavam em casa deixam de ter esse ponto a favor. No começo vai ser estranho. Temos de entender que vamos jogar o Brasileiro, temos de fazer valer os jogos e jogar como se tivesse aquele clima de estádio cheio. Temos de absorver esse fator de jogar com os estádios vazios. É preciso se adaptar logo.


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