Andressa Urach, 36, que sempre é notícia na mídia por expor assuntos de cunho sexual, na manhã de terça-feira, 12, relembrou o início de sua vida na prostituição. Em vídeo publicado nos Stories do Instagram, a modelo fez um desabafo sobre os motivos que a levaram a seguir essa carreira.

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Urach, que fez uma campanha de Natal em seu perfil em que premiou duas de suas seguidoras, após divulgar os relatos, se emocionou ao falar sobre a sua própria história, relembrando as dificuldades que enfrentou.

“Eu estou muito emocionada com esses dois relatos, porque quando eu tinha 21 anos, eu não tinha um leite para dar para meu filho. Eu fiquei com muita raiva e comecei a me prostituir para poder pagar as minhas contas e dar uma vida melhor para meu filho”, disse Urach, visivelmente emocionada.

“Eu acabei colocando muita raiva no meu coração. Quando eu perdi tudo para a igreja, que eu pedi ajuda e eles falaram que não, eu fiquei com muita mágoa no meu coração. E aí eu passei uma crise financeira, como eu tinha passado com 21 anos. E eu disse ‘eu não acredito que depois de tudo, que eu cheguei até aqui, eu vou ter que recomeçar do zero’. Eu tive que abandonar minha família e dizer ‘Meu Deus, me ajuda’”, completou.

À IstoÉ Gente, o psicólogo Alexander Bez, que é especialista em relacionamentos pela universidade de Miami, ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia, e em saúde mental, fez uma análise sobre o relato de Andressa Urach. Confira!

“Essa é uma questão muito íntima e pessoal. Sair dessa atividade não é fácil. Falamos sobre o grande desafio dessa prática, a prostituição, que é o que na psicologia chamamos de compulsão sexual. Vale ressaltar que não existe vício em psicologia, compulsão sexual ou vício em sexualidade. O que existe é uma compulsão sexual, e lidar com seus desdobramentos é complexo, com inúmeras ramificações que seria difícil abordar uma a uma”, começou o profissional.

“Quando ela (Andressa Urach) compartilha isso, pode ser motivada por questões pessoais, raciocínio íntimo, intelectual e até mesmo questões religiosas. O importante é que ela passou por essa experiência, e acredito que não deveria se culpar. Não se punir em relação a isso é crucial, pois isso pode acarretar sentimentos de culpa e ressentimento, tornando-se complicado”.

“Lembro de uma frase de Freud que poderia ser aplicada aqui, onde ele menciona que o passado está lá para ser superado. Ou seja, o que foi feito, já passou, e agora é necessário seguir em frente. Compreender o porquê de suas ações naquela época é fundamental. Muitas mulheres entram nesse ramo por questões financeiras, e a saída é desafiadora devido à compulsão que se desenvolve”, reforça.

Dificuldade de superação

Ao se queixar, ela pode estar expressando essa dificuldade de superação. Por isso, é essencial abordar a compulsão, entendendo que sair desse ciclo leva tempo. Quando se trata de atividades prolongadas, é necessário um processo de extinção para que a pessoa consiga se libertar completamente. Compreender essa dinâmica é vital para lidar com as emoções associadas a essa experiência.

Compulsão

No relato de Andressa Urach, percebe-se uma possível queixa em relação a essa compulsão, algo bastante comum e difícil de superar. A maioria das mulheres que deixaram essa atividade só conseguiu fazer isso por meio de apoio religioso. Quando há uma compulsão intensa, a remissão psicológica dessa ação torna-se difícil, criando uma dependência.

Em resumo, ela passou por isso, e o importante é trabalhar para superar a compulsão. O choro pode ser uma forma de desabafo, uma maneira de ela processar psicologicamente o porquê de suas escolhas. É uma situação séria, especialmente considerando que a compulsão sexual é uma das questões mais desafiadoras para a psicologia tratar. Isso requer preparo e paciência.