Três indígenas foram baleados e encaminhados a uma unidade de saúde após um ataque a tiros cometido por um suspeito durante uma reza que ocorreu na noite da quarta-feira, 10, em Guaíra (PR), município que fica no oeste do estado a cerca de 643 quilômetros da capital. Depois do incidente, integrantes da tribo teriam invadido uma casa em busca do atirador e feito um homem de 51 anos de refém, que só foi liberado após a chegada das autoridades. As informações são do Boa Noite Paraná.

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O refém teria sido levado pelos indígenas como forma de vingança e questionado se era o autor dos disparos que atingiram três membros da tribo durante cerimônia religiosa. Entretanto, as autoridades teriam sido informadas de que o homem não era responsável pelo ataque, e o indivíduo foi internado. Em contato com a IstoÉ, a Sesp-PR (Secretaria de Segurança Pública do Paraná) afirmou que a investigação segue com a Polícia Federal.

Em comunicado, o Ministério dos Povos Indígenas afirmou que a ação contra a tribo Avá-Guarani, que não possui área demarcada, teria sido coordenada por fazendeiros, como afirmaram algumas denúncias. O incidente ocorreu apenas um mês depois dos integrantes da etnia realizarem ações de retomada em aldeias de Guaíra. Nos dias 23 e 24 de dezembro, uma milícia rural privada teria atacado os Avá-Guarani.

No dia 27 de dezembro, o Ministério solicitou que a FNSP (Força Nacional de Segurança Pública) fosse autorizada a atuar na área para garantir a segurança dos indígenas, complementando que o território dos Avá-Guarani está em processo de regularização. Em publicação nas redes sociais, a Comissão Guarani Yvyrupa afirmou que um líder religioso da comunidade foi alvejado, acusando a Polícia Federal de ter chegado ao local “muito tarde” e “não prestou assistência aos indígenas”.