Ellen Homiak da Silva Federizzi foi condenada na segunda-feira (11) a 24 anos, 6 meses e 29 dias de prisão pelo Tribunal do Júri de Curitiba, Paraná. Em 2016, ela confessou que matou e esquartejou o marido, o policial militar Rodrigo Federizzi. Depois, a mulher colocou as partes do corpo em sacos plásticos dentro de uma mala e a enterrou em uma cova rasa na área rural de Araucária. As informações são do portal Ric Mais.
Ellen informou aos policiais que era casada com Rodrigo havia 15 anos. O crime aconteceu dentro do apartamento do casal, no bairro Tatuquara, em Curitiba (PR), em 28 de julho de 2016, e ela usou a arma do marido para assassiná-lo. Após atingi-lo com um tiro nas costas, o filho deles, que tinha 9 anos na época, acordou assustado. Então a mulher pediu para que o garoto fosse brincar no parquinho do condomínio.
Na sequência, ela usou uma faca de caça e um serrote do marido para esquartejá-lo. Depois, colocou os membros dentro de uma mala e levou até a área rural de Araucária.
No dia 30 de julho de 2016, Ellen registrou um boletim de ocorrência pelo desaparecimento de Rodrigo. Na época, ela informou aos agentes que o marido havia saído de casa para investigar um furto de R$ 50 mil das contas do casal, mas ele não retornou.
Após investigações e ser confrontada pela polícia, Elle confessou o crime e informou que Rodrigo havia descoberto que ela era viciada em jogos de azar e compradora compulsiva e, por isso, havia gastado R$ 46 mil da conta conjunta.
Por causa do crime, a mulher chegou a ficar presa entre 2016 e fevereiro de 2020, quando recebeu o direito de responder em liberdade.
Julgamento
Contudo, na sexta-feira (8), o advogado Cleyson Landucci, que representa Ellen, pediu para que ela acompanhasse o julgamento por videoconferência, porque estava sendo ameaçada.
“Chegou a informação de que ela estaria sendo ameaçada. E com essa informação eu solicitei à justiça a possibilidade dela realizar o interrogatório por videoconferência […] Algumas questões foram aceitas pelos jurados da qualificadora, é nisso que eu irei recorrer, para tentar retirar esta qualificadora, pois eu tentei demonstrar aos jurados, de modo muito claro, os motivos pelo que ela cometeu o crime. A pena foi muito alta”, relatou.
Porém, durante o relato das testemunhas, a mãe de Ellen confessou que ela havia se mudado para Minas Gerais sem informar as autoridades. Por meio disso, um promotor solicitou a prisão imediata da ré.
“Nós não tivemos notícia alguma de ameaça, ela não falou isso em momento algum do processo. Ela simplesmente esperou na sexta-feira, no apagar das luzes, faltando cinco minutos para às seis da tarde, para pedir para o advogado protocolar uma petição que gostaria de comparecer virtualmente […] Uma vez que ela estava em liberdade provisória e ela descumpriu as medidas impostas para continuar em liberdade, desta feita, a juíza entendeu por bem decretar a prisão dele imediatamente”, disse o assistente de acusação Reinaldo Vieira.
No final do julgamento, o júri popular condenou Ellen pelo homicídio de Rodrigo com as qualificadoras de motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e ocultação de cadáver.
Os familiares do policial militar, que acompanharam o julgamento, revelaram a sensação de alívio após ouvirem a sentença. Apenas lamentaram o fato de a ré não estar presente no tribunal.
“Infelizmente meu filho não volta mais. Mas a gente hoje tem uma sensação de justiça cumprida. Eu sempre falei que para tudo tem um jeito, menos para o que ela fez. Se ela tivesse na época chegado e falado ‘estamos com dificuldade financeira, eu consumi com o dinheiro’, a gente teria dado um jeito e revertido essa situação. Infelizmente ela fez tudo de caso premeditado. É muito decepcionante pra gente, eu queria que todo mundo visse ela saindo daqui, vocês filmando ela saindo dentro de um camburão da polícia indo pra penitenciária”, disse Gentil Federizzi, pai de Rodrigo.