O apetite do Progressistas pressiona o presidente Lula da Silva a remodelar, toda semana, a lista do inquilinato da Esplanada. Para condicionar apoio ao Governo, e atender também um grupo suprapartidário de 200 deputados capitaneados por Arthur Lira – e assim dar a governabilidade a Lula – o PP já pediu desde o comando dos dois bancos oficiais, passando pelas pastas de Esportes, Desenvolvimento Social e Turismo. Há dias, diante de recusas do presidente, deu nova demanda: aceita a Caixa e os ministérios do Esporte (ainda sem indicado) e da Agricultura. Para a interlocução com o agro pode indicar o deputado federal Tião Medeiros, do Paraná. Já Margarete Coelho, do Piauí, hoje diretora do Sebrae, seria o nome no lugar de Rita Serrano na Caixa. Margarete entraria por um consórcio Lira-Ciro Nogueira (Gilberto Occhi foi barrado pelo Palácio). Vice de Habitação da Caixa, cargo cobiçado, Inês Magalhães por ora fica. Ela é apadrinhada de José Dirceu e de Miriam Belchior, com quem joga carteado.

Com apetite de poder, partido de Lira e Ciro Nogueira apresenta nova demanda toda semana. E já tem nomes listados para o banco e a Agricultura

Mais de 600 feminicídios no Brasil

De janeiro a junho, com tantas medidas de proteção policial a ameaçadas, foram contabilizados inacreditáveis 599 casos de feminicídio no País, segundo o Laboratório de Estudos de Feminicídios. O Distrito Federal registrou 25 casos até esta semana, mesmo com 90% das vítimas em medida protetiva de urgência. O Estado de São Paulo contou 123 feminicídios até junho, enquanto ano passado registrou 195. No Rio de Janeiro, foram 53 ocorrências no 1º semestre, quase metade dos casos do ano anterior (111). Levantamento feito pela Coluna aponta que os Estados do Rio e São Paulo somaram juntos mais de 62 mil medidas protetivas concedidas.

Um padrinho problema

Ministro da Justiça, Flávio Dino, fala sobre as investigações do assassinato de Marielle Franco, em coletiva de imprensa, em Brasília, em 24 de julho de 2023 - AFP
AFP

Flávio Dino e Dias Tofolli são amigos há décadas. Toffoli articula para que Dino seja o nomeado para o STF na vaga da ministra Rosa Weber. O que tem desagradado ao presidente Lula da Silva. Ele continua ressentido com o fato de o ministro do STF ter negado sua ida ao enterro do irmão Vavá. Ambos já foram avisados de que esse lobby não ajuda.

Judiciário do Rio investe em tecnologia

Desembargador Ricardo Cardozo
Desembargador Ricardo Cardozo (Crédito:Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro)

Relatório aponta que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro soma 5.751.666 processos no acervo da 1ª instância e mais 153.562 na 2ª instância. Há o curioso caso de uma cidade (Itatiaia, com 32 mil habitantes) com processos ativos que superam o total da população: 58.965 ações na fila. O presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Cardozo, busca soluções para o excesso através da conciliação, mediação e da implantação de ferramentas de inteligência artificial. “Se não buscarmos novos caminhos para a autocomposição de conflitos e para a automatização no andamento dos processos, o Judiciário vai implodir”.

Barros de olho no futuro de Moro

“O Supremo está avançando na prerrogativa de outros Poderes. Quem provoca a reação é quem conduz a ação” Ricardo Barros, líder do governo na Câmara
Mateus Bonomi

Capitaneada pelo presidente Ciro Nogueira, a executiva do Progressistas fechou questão e vai priorizar a candidatura do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) a senador pelo Paraná numa eventual cassação do senador Sérgio Moro (Pode). Ex-líder dos Governos Dilma e Bolsonaro, ex-ministro da Saúde da petista, Barros já costurou apoios importantes como o do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), e de bolsonaristas. Potencial postulante a uma das vagas em 2026, o governador Ratinho Jr (PSD) não se opôs. Ratinho, aliás, sonha em ser um vice-presidente numa chapa de centro-direita.

Mudar de partido abre as portas

Se há partido que assombra Lula da Silva é o PSDB e seu pré-candidato Eduardo Leite. Por isso, a governadora de Pernambuco, Raquel Lira, hoje tucana, pode bater asas para o PSD governista. Isso abrirá portas do Palácio do Planalto para parcerias importantes as quais o Estado precisa.

Braga se impõe prazo

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) deve entregar o relatório da Reforma Tributária até fim de outubro. As emendas já passam de 70. Diz que é fundamental que a carga tributária não seja aumentada. “Ninguém aguenta mais pagar impostos sobre consumo”. Pediu ao TCU estudo da carga sobre produtos ao consumidor, para ter ideia de um teto.

Siafeiro do Lira

O presidente da Câmara, Arthur Lira, mantém na antessala técnico especializado em Siafi, sistema que monitora empenhos e pagamentos de emendas. A missão é acompanhar os ministérios. O “siafeiro” levantou os quase R$ 200 milhões enviados pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para sete cidades do Mato Grosso, seu redudo.

NOS BASTIDORES

Outra na fila

Apareceu nova candidata na concorrida lista à vaga de Rosa Weber no STF. A promotora baiana Lívia Vaz. Figura como uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo.

Na bola de cristal

Presidente do BC, Campos Neto tem alertado empresários para uma iminente recessão nos Estados Unidos: “Estamos olhando para frente e vemos que os EUA vai desacelerar; mas como?” Esse é o desafio.

Cigarreiras poderosas

O Governo quer cercar o contrabando de cigarros a pedido de duas grandes fabricantes. Criou a Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro sobre Controle do Uso do Tabaco e de seus Protocolos. Foco é eliminar o comércio ilegal.

Varredura geral

Bateu um desespero em parte dos deputados federais. Alguns, com certeza enrolados, contrataram serviços de segurança para fazer varreduras contra escutas ambientais nos gabinetes dentro da Câmara.