O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, argumentou nesta quarta-feira, 26, que o núcleo de inflação ainda está “bastante elevado” nos Estados Unidos, o que justifica uma política monetária em nível restritivo “por algum tempo”. Segundo ele, os preços moderaram desde meados do ano passado, mas ainda precisam percorrer um caminho longo para retornar à meta de 2%.

Em coletiva de imprensa após decisão de aumentar juros em 25 pontos-base, Powell admitiu que “há riscos” para os dois lados do processo – tanto para o de fornecer um aperto insuficiente quanto para apertar de maneira exagerada.

O dirigente comentou que os indicadores econômicos desde a última reunião, em junho, vieram conforme esperado. Segundo ele, a força da economia americana é positiva, mas também pode levar a mais inflação, o que traria novas ações do Fed.

Próximas reuniões

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que o banco central americano ainda não tomou uma decisão sobre a próxima reunião de política monetária e seguirá monitorando os dados para definir a trajetória de juros.

Em coletiva de imprensa após anúncio de aumento de juros, Powell não descartou uma possível nova elevação da taxa básica em setembro, mas também não descartou mantê-la. Ele destacou que as decisões serão tomadas a cada encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) e evitou estabelecer um “forward guidance” mais explícito. Para ele, a política monetária já está “restritiva”.

O banqueiro central admitiu que o índice de preços ao consumidor (CPI) de junho veio “melhor do que o esperado”, com desaceleração à taxa anual de 3,0%. No entanto, ponderou que apenas um dado não é suficiente para estabelecer uma tendência.