A esperança de encontrar com vida os nove mineiros bloqueados em uma mina de carvão do norte do Irã era cada vez menor nesta quinta-feira, um dia depois de uma explosão acidental que deixou 26 mortos.

As equipes de resgate continuavam com as tentativas de tirar os mineiros presos a 1.400 metros de profundidade, embora os gases tóxicos dificultem os trabalhos.

Foram decretados três dias de luto na província de Golestan, onde ocorreu o acidente, e o guia religioso supremo do país, Ali Khamenei, referindo-se a uma “amarga tragédia” exortou os socorristas a “intensificar o quanto possível seus esforços” para encontrar os mineiros presos.

Ao expressar pêsames, o presidente Hassan Rohani afirmou que o “doloroso acidente” provocou “a tristeza e o luto do povo iraniano”.

O ministro do Trabalho, Ali Rabii, que viajou ao local da tragédia na quarta-feira à noite, anunciou 35 mortos, segundo a agência Fars.

O ministro de Minas e da Indústria, Mohamad Reza Nematzadeh, informou que a mina permanecerá fechada até o fim da investigação.

O canal público Irib exibiu imagens da retirada dos mineiros feridos e dos trabalhos das equipes de resgate na entrada de um dos túneis da mina.

A explosão foi provocada pela tentativa de acionar o motor de um carro, de acordo com a imprensa. A detonação provocou a queda de parte de um túnel da mina, que fica próxima da cidade de Azad Shahr.

As equipes de resgate injetaram oxigênio no túnel para tentar salvar os trabalhadores presos e evitar uma nova concentração de gás que poderia provocar outra explosão.

Operações difíceis

Em um primeiro momento as autoridades informaram que ao menos 70 mineiros estavam bloqueados, mas depois reduziram o número.

A agência oficial Irna informou que 30 mineiros feridos foram levados para vários hospitais da região e 12 escaparam ilesos do acidente.

Equipes da organização Crescente Vermelho iraniano, dos Serviços de Emergência e dos Guardiães da Revolução trabalhavam para “tentar tirar os mineiros bloqueados”, segundo um encarregado dos serviços de emergência.

“Mas pela concentração de gás, as operações são difíceis”, acrescentou.

A mina de carvão de Azab Shahr, onde trabalham quase 500 pessoas, tem túneis horizontais de mais de 1.000 metros e os mineiros estão bloqueados no extremo de um destes túneis, de acordo com a Irna.

O diretor do Crescente Vermelho da província, Hossein Ahmadi, citado pela agência Tasnim, informou que os socorristas conseguiram avançar “até 800 metros nos túneis, mas faltou-lhes oxigênio”.

O acidente ocorre em um momento particularmente sensível a apenas duas semanas da eleição presidencial de 19 de maio, na qual Rohani aspira a um segundo mandato.

Nas redes sociais e na imprensa conservadora, Rohani é acusado de não ter feito o suficiente para resgatar os mineiros.