Postos cheios lembram a crise do petróleo na década de 1980

Posto de gasolina

Assim que a Petrobrás anunciou o reajuste de 18,8% do preço da gasolina, as filas de automóveis começaram a se formar nos postos de gasolina das cidades brasileiras. Os aumentos dos combustíveis entram em vigor a partir da meia-noite dessa sexta-feira (11). As imagens de postos congestionados, do corre-corre para encher o tanque, veiculadas em toda a mídia, lembram a crise do petróleo do fim da década de 1970 e começo dos 1980.

Em 1977, o presidente Ernesto Geisel optou por restringir a demanda nacional para lidar com a falta de combustível e o aumento do preço. Nos fins de semana, os postos fechavam. Nos dias úteis, encerravam as atividades às 23h, e voltavam a abrir às 6 horas. Isso exigia organização e planejamento do brasileiro, que não podia rodar à toa para não ficar de tanque vazio na rua. O Programa Nacional de Álcool tinha sido instituído dois anos antes, em 1975, mas só chegou aos postos em 1979. Os primeiros carros à álcool eram ruins. Davam problemas, principalmente de manhã, na hora de dar a partida. Mas o carro à álcool era uma opção. Por causa da Revolução Islâmica, liderada pelo Aiatolá Khomeini, os preços do petróleo continuaram altos até 1986.

Quase quatro décadas depois, os carros viram outra coisa. Eles são mais confortáveis e potentes. Construídos com sistemas inteligentes, possuem motor flex. Funcionam com álcool ou gasolina. Também já se vê modelos elétricos por aí – poucos, mas tem. Mesmo com tantas mudanças tecnológicas, continuamos dependentes do mesmo modal e do mesmo combustível. Mas agora com um governo que pensa em soluções temerárias, como subsidiar os aumentos, como já aconteceu no governo de Dilma Rousseff, que levou à crise da Petrobrás. Pelo jeito nem tudo evolui.