O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta segunda-feira, 25, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília (DF), que pode ser preso após ser indiciado pela PF (Polícia Federal) nas investigações da suposta trama golpista. O político é acusado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa.

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Durante a coletiva, Bolsonaro negou ter conhecimento de um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-presidente retornou ao Distrito Federal para se reunir com seus advogados e discutir os próximos passos após ser indiciado.

Bolsonaro disse ser perseguido “o tempo todo”. “Posso ser preso saindo daqui [Aeroporto de Brasília]”, disse. O político também foi indiciado no caso das joias sauditas e por falsificação de cartões de vacina.

De acordo com o ex-mandatário, a palavra “golpe” nunca esteve em seu dicionário e nada “fora das quatro linhas” seria feito. “Se alguém viesse conversar sobre golpe comigo eu ia dizer: ‘tá, tudo bem, e o after day [dia seguinte]? Como fica o mundo perante a nós? Agora todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente pontuou que “ninguém dá golpe de estado em um domingo, em Brasília, com bíblias debaixo do braço e bandeira do Brasil na mão”. “É uma loucura falar em golpe. […] Golpe com general de reserva e cinco oficiais da ativa? Pelo amor de Deus”, comentou.

Indiciamento do ex-presidente

Essa formalização é fruto da conclusão das investigações policiais, que se basearam na delação do tenente-coronel Mauro Cid para coletar um conjunto de evidências e depoimentos a respeito da trama golpista, com autorização do STF.

Com o encerramento, aconteceu a apresentação do relatório final da PF, que concluiu haver indícios de que Bolsonaro e outras 36 pessoas cometeram ao menos um crime. Além deste caso, o ex-presidente havia sido indiciado nas investigações das joias sauditas e das fraudes em cartões de vacina.

Bolsonaro não é réu. Com a conclusão do inquérito da PF, os indiciamentos são apresentados ao Ministério Público, neste caso à Procuradoria-Geral da República, que analisa os inquéritos e decide por apresentar ou não denúncias à Justiça.

Em caso positivo, as denúncias são oferecidas ao Supremo. Se o tribunal aceitá-las, os denunciados se tornam réus e o caso vira um processo criminal, ao fim do qual ocorre a condenação ou absolvição dos hoje indiciados.

*Com informações do Estadão