A compra da 21st Century Fox pela The Walt Disney Company, num negócio global que deve chegar a US$ 71 bilhões (R$ 262 bilhões), pode mexer com a transmissão de eventos esportivos no Brasil. A 21st Century Fox detém os canais Fox Sports e a Walt Disney os canais ESPN.

Após análise da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade), órgão ligado ao Ministério da Justiça, a conclusão foi de que a possível fusão dos canais esportivos gera “preocupações concorrenciais”. O caso, então, foi remetido para análise do Tribunal do Cade, responsável pela decisão final. O anúncio deve sair nos próximos dias. Entre as opções estão aprovação, reprovação ou adoção de eventuais medidas antitruste, como a obrigação de venda de ativos.

No parecer emitido pela Superintendência-Geral do Cade, os técnicos do órgão alertaram sobre o risco de a fusão dos canais provocar “um aumento significativo na concentração do mercado com grande probabilidade de exercício de poder”. De acordo com dados do relatório, os canais Fox Sports e ESPN têm, cada um, entre 10% e 20% do market share em audiência atualmente. Juntos, portanto, poderiam chegar a 40%.

O parecer aponta a “potencialidade de redução da qualidade e diversidade do conteúdo esportivo disponível e de aumento de custos especialmente para as pequenas operadoras de TV por assinatura. Ou seja, da operação decorre riscos não desprezíveis de diminuição do bem-estar do consumidor”.

Atualmente, entre os eventos esportivos transmitidos pela ESPN estão Campeonato Português, Campeonato Inglês, Copa da Liga Inglesa, NFL e NBA. Já a programação dos canais Fox Sports tem Campeonato Espanhol, Copa da França, Campeonato Alemão, Campeonato Argentino, Copa Libertadores e Copa Sul-Americana, entre outros.

No entendimento da Superintendência-Geral do Cade “há significativo risco de que a operação leve a um decréscimo da qualidade, diversidade e nível de investimento dos conteúdos esportivos disponíveis aos assinantes de TV por assinatura.” Procuradas pela reportagem do Estado, ESPN, Disney e Fox não quiseram se pronunciar.

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