A posse de Rogério Caboclo como presidente da CBF, nesta terça-feira, marcou uma reaproximação entre a entidade brasileira e a Fifa, órgão máximo do futebol mundial, após quatro anos. A ligação entre as duas entidades estava estremecida desde maio de 2015, quando, pouco mais de um mês após deixar a presidência da CBF, José Maria Marin foi preso na Suíça, assim como dirigentes da Fifa, e acusado de fraude e lavagem de dinheiro nas Copas América, Libertadores e do Brasil, entre outros crimes. O dirigente brasileiro acabou condenado a quatro anos de prisão, cumpridos inicialmente na Suíça e depois nos Estados Unidos, além de pagamento de multa e confisco de bens.

Marin foi banido do futebol pelo Comitê de Ética da Fifa, ainda em maio de 2015. Seu sucessor na CBF, Marco Polo Del Nero, também era investigado por fraudes e, com medo de ser preso, não viajava para fora do Brasil durante seu mandato – as viagens seriam naturais para alguém na função que ele desempenhava. Em dezembro de 2017, Del Nero foi banido do futebol pela mesma comisssão da Fifa. A presidência da CBF passou então ao até então vice-presidente Antônio Carlos Nunes, o coronel Nunes, que nesta terça-feira passou o cargo a Caboclo.

Agora, em prenúncio de novos tempos, tanto o presidente da Fifa, Gianni Infantino, como o da Conmebol, Alejandro Domínguez, trataram Caboclo como “amigo”, termo repetido mais de uma vez, e demonstraram afinidade com o novo presidente da CBF.

“É um dia muito importante com o novo presidente, com novas ideias, que quer modernizar a CBF, que quer marcar uma nova etapa no futebol brasileiro e na CBF. Creio que é indispensável e importante. Rogério tem todo o apoio da Fifa, porque a Fifa também precisa de uma CBF forte, exemplar, para a América do Sul”, afirmou Infantino.

O presidente da Conmebol também se derramou em elogios a Caboclo. “É uma honra pra mim estar no Brasil, casa do jogo bonito e da nossa próxima Copa América. Quero parabenizar meu amigo Rogério pela sua eleição e pelo início de sua presidência na CBF. Rogério herdou a paixão pelo futebol de seu pai, que conheço muito bem. Na Conmebol, sempre poderá encontrar um amigo para você e para a CBF. Estamos muito felizes de poder trabalhar com você e com a CBF. E você pode contar conosco para juntos alcançar os objetivos do futebol brasileiro e sul-americano”, afirmou, em discurso.

Domínguez já auxiliou Caboclo antes mesmo que o brasileiro assumisse a CBF, ao reduzir o calendário de torneios sul-americanos para que a CBF tivesse mais datas para jogos nacionais. “Fiz apenas uma mudança, as semifinais da Sul-Americana e da Libertadores serão jogadas na mesma semana”, contou o presidente da Conmebol.