O governo português anunciou nesta sexta-feira (14) a abertura de uma investigação, depois que a Venezuela acusou a empresa portuguesa TAP de permitir que um familiar do opositor Juan Guaidó carregasse explosivos a bordo de um avião.

“Dadas as declarações das autoridades venezuelanas sobre uma violação de segurança em um voo de Lisboa (a Caracas)”, o ministro português do Interior abriu uma investigação “para determinar o que aconteceu”, afirmou o Ministério em um comunicado.

Juan Márquez, tio de Juan Guaidó, que viajava na companhia de seu sobrinho de volta dos EUA e da Europa, foi preso na chegada à Venezuela por portar explosivos ocultos em vários objetos, conforme relatado pelo líder chavista Diosdado Cabello.

Já o ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, expressou “sua condenação às graves irregularidades cometidas pela companhia aérea TAP”.

“Facilitou a abordagem do deputado Juan Guaidó na aeronave, utilizando uma identidade falsa, em claro desapego das diretrizes sobre identificação de passageiros” e Márquez “transportou materiais proibidos e substâncias de natureza explosiva, incorrendo em uma violação ainda mais grave às normas de segurança aeronáuticas”, afirmou Arreaza em nota.

Nesta quarta, seu programa na televisão estatal, Cabello, presidente da Assembleia Constituinte oficial que governa a Venezuela como suprapoder, assegurou que o familiar de Guaidó “trazia lanternas táticas” escondidas “no compartimento das baterias, com substâncias químicas de natureza explosiva, supostamente explosivo sintético C4”.

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Durante uma viagem à Índia, o ministro das Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos Silva, afirmou que as acusações feitas pela Venezuela “não fazem sentido” e disse esperar que “este pequeno incidente seja rapidamente resolvido”.

A Venezuela considerou as declarações do funcionário “fracas e sem fundamentos”, pois pretendem “minimizar uma situação tão grave”.


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