Portugal finalmente respira aliviada após controlar o pior incêndio de sua história

Portugal finalmente respira aliviada após controlar o pior incêndio de sua história

Quase 1.000 bombeiros ainda estavam mobilizados nesta segunda-feira (25) no centro de Portugal para impedir a retomada de um incêndio florestal controlado no domingo, após a destruição de recorde de 64.000 hectares.

O incêndio, que durou 11 dias em sete municípios dos distritos de Coimbra, Guarda e Castelo Branco, devastou 64.451 hectares, disse à AFP o comandante Telmo Ferreira, porta-voz da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Trata-se do maior incêndio já registrado em Portugal, segundo dados do Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). O recorde anterior era de 53.000 hectares devastados por um único incêndio florestal em outubro de 2017.

O incêndio, provocado por vários raios que caíram em uma zona de difícil acesso, não representava mais risco de propagação nesta segunda-feira, mas 963 bombeiros, apoiados por 300 viaturas, continuavam mobilizados para operações de vigilância, embora se espere que essas forças sejam reduzidas nas próximas horas, disse Ferreira.

Portugal, que assim como a vizinha Espanha sofreu incêndios devastadores neste verão europeu, finalmente pôde respirar aliviada nesta segunda-feira, já que, pela primeira vez em muitos dias, não foram registrados grandes incêndios, segundo a proteção civil.

Os incêndios florestais causaram quatro mortes e vários feridos este mês, além de destruírem casas e plantações, devastando um total de cerca de 278.000 hectares ao longo do ano, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

Mais de 563.000 hectares foram queimados em incêndios que causaram 119 mortes em 2017, um ano recorde desde que o EFFIS começou a coletar esses dados em 2006.

Dada a escala dos incêndios, Portugal obteve apoio internacional no âmbito do mecanismo europeu de proteção civil.

O governo anunciou uma série de medidas de emergência para apoiar as populações afetadas, incluindo financiamento para a reconstrução das principais residências destruídas e auxílio aos agricultores.

A península ibérica é severamente afetada pela mudança climática, que causa ondas de calor e secas mais prolongadas, ressecando a vegetação e, assim, favorecendo os incêndios florestais, segundo especialistas.