A queda de uma grande ponte na cidade de Baltimore (estado de Maryland, leste) nesta terça-feira (26) paralisou um dos portos mais movimentados dos Estados Unidos, por onde passam cargueiros gigantes e também ancoram cruzeiros turísticos.

A ponte Francis Scott Key leva o nome do autor da letra do hino nacional dos Estados Unidos. Por ela transitam cerca de 11 milhões de veículos ao ano, uma média de 31.000 ao dia.

O fechamento forçado do porto pode causar danos econômicos substanciais. Em 2023, mais de 52 milhões de toneladas de mercadorias no valor de cerca de 80 bilhões de dólares (cerca de 387 bilhões de reais) entraram nos Estados Unidos através do terminal de Baltimore, segundo o gabinete do governador de Maryland, Wes Moore.

Baltimore é o porto mais profundo da Baía de Chesapeake, em Maryland, e movimenta o maior volume de transporte comercial de automóveis e caminhões leves dos Estados Unidos, assim como as maiores quantidades de açúcar e gesso importados.

É o nono porto mais importante dos Estados Unidos, em termos de carga e valor da carga de mercadorias estrangeiras movimentadas. A sua atividade gera mais de 15 mil empregos diretos e quase 140 mil indiretos.

O terminal marítimo gera cerca de 3,3 bilhões de dólares (15,97 bilhões de reais) em receita total a cada ano, segundo os Arquivos do Estado de Maryland, e contribui com quase 400 milhões de dólares (1,93 bilhão de reais) em receitas fiscais anuais.

Mais de 50 companhias marítimas utilizam o porto todos os anos, em um total de quase 1.800 viagens por ano.

Além de ser um importante porto para transporte de contêineres, também serve como terminal de cruzeiros. No ano passado, mais de 440 mil pessoas embarcaram no porto de Baltimore, o maior número desde 2012, segundo o gabinete do governador.

– Proteção “inadequada” –

Segundo o projetista da ponte Robert Benaim, grandes conectores físicos sobre terminais marítimos como este devem ser projetados para minimizar danos em caso de colisão.

“É evidente que a proteção do cais neste caso foi inadequada”, afirmou.

“Um cais ou a coluna de uma ponte nunca poderiam resistir ao impacto de um grande navio. Eles devem estar protegidos de uma colisão”, acrescentou.

Toby Mottram, professor de engenharia estrutural da Universidade de Warwick, explicou que “é claro que o cais não suportou a força do impacto, causando sua ruptura e o subsequente colapso das armaduras de aço e da superestrutura a plataforma de concreto armado”.

“A magnitude dos danos à superestrutura da ponte parece desproporcional à causa, questão que será investigada no futuro”, disse o especialista.

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