O protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro realizado neste sábado, 2, em Porto Alegre se diferenciou em relação aos anteriores pela presença maior de partidos e os discursos mais focados na crise econômica do País. Legendas como PDT, Rede e PV, se uniram aos organizadores do ato, marcado nas edições anteriores pela presença massiva de PT, PSOL, PCB e PCO.

Os discursos de quem foi ao microfone se concentram na crise econômica, exaltando o alto preço do gás e dos alimentos e criticando a política econômica de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A manifestação começou por volta das 15h no Mercado Público de Porto Alegre, na região central da cidade. Cerca de 1h30 depois, o grupo saiu em caminhada em direção ao bairro Cidade Baixa. O público chegou a ocupar toda a extensão do túnel da Conceição no sentido Centro-bairro.

Entretanto, a participação de mais partidos não representou união, tendo momentos de tensão entre as diferentes legendas que participavam da manifestação.

Presentes de forma mais isolada em manifestações anteriores, os militantes do PDT eram vistos de forma mais volumosa e organizada neste sábado. Com camisetas em alusão à candidatura de Ciro Gomes (PDT), o grupo fazia um contraponto às diversas faixas e camisetas que pedem a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora muitos dos que usavam o microfone exigissem o impeachment de Bolsonaro, o tema das eleições presidenciais se fazia presente.

Foi justamente a questão eleitoral que levou a um momento de tensão, quando a deputada estadual Juliana Brizola (PDT), neta de Leonel Brizola, subiu ao carro de som. Ela iniciou o discurso pregando a união apesar das diferenças entre os partidos, mas na parte de baixo, militantes do PCO a xingavam e faziam gestos obscenos contra a parlamentar. Logo após a deputada entregar o microfone, um militante do PCO tomou a palavra, puxou um jingle de campanhas de Lula, o que causou reação negativa de outras lideranças políticas, inclusive do PT, que estavam no caminhão. O militante ainda chegou a sugerir que se tocasse “ovos” em pessoas que estivessem defendendo a terceira via no protesto, e devolveu a acusação de “infiltrados” a Juliana Brizola e o grupo pedetista.

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À reportagem, a deputada classificou a atitude dos militantes do PCO como “inaceitável”. “É inaceitável que um grupo minoritário esteja à vontade para ofender. Isso é 2022, hoje é fora Bolsonaro. Eu estarei em qualquer batucada de esquina que seja fora Bolsonaro. Tem uns que acham que só eles vão fazer a luta.”

O restante da manifestação continuou sem outros problemas em uma caminhada pacífica até o Largo Zumbi dos Palmares, onde o protesto foi encerrado por volta das 18h.


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