Depois de passar por uma semana negativa, com o primeiro revés na Libertadores e a perda do Campeonato Carioca na final para o Flamengo, o Fluminense não tem tempo para lamentar. Nesta terça-feira, às 19h15, faz o jogo do ano diante do River Plate, na Argentina. O time tricolor tem de vencer para garantir uma vaga no mata-mata da competição continental sem depender de outros resultados.

O Fluminense vinha em uma sequência invicta na temporada e precisava de apenas um empate contra o Junior Barranquilla na semana passada para confirmar a vaga nas oitavas da Libertadores. No entanto, foi derrotado em casa, depois viu o rival Flamengo levantar mais uma taça do Estadual e agora se vê na obrigação de ganhar do poderoso River em Buenos Aires.

Na última rodada da fase de grupos, River Plate, Fluminense e Junior Barranquilla disputam duas vagas ao mata-mata da Libertadores. O time argentino lidera o Grupo D, com nove pontos, e precisa de um empate para avançar. A equipe carioca tem de vencer em Buenos Aires para se classificar. Caso contrário, terá de torcer por um tropeço dos colombianos, que enfrentam o Santa Fe, já eliminado.

O técnico Roger Machado não exime de culpa pelos insucessos recentes na temporada e reconhece que a equipe tem de melhorar o nível das apresentações se quiser desbancar o River Plate e “voltar aos trilhos”, como enfatizou.

“E eu não gosto de dar desculpas porque não faz parte do meu perfil. Eu gosto de assumir a minha responsabilidade e buscar alternativas. A partir de agora é buscar alternativas para que retomemos esse equilíbrio. Vamos avaliar. Ver o que podemos acertar, ajustar, e seguir para a Libertadores”, resumiu o treinador, insatisfeito, principalmente, com o desempenho de seus comandados no primeiro tempo das partidas, etapa em que a equipe costuma levar mais gols.

“Precisamos buscar alternativas. Estamos com uma dificuldade, sobretudo no início dos jogos, dos jogadores que tem entrado em campo, de conseguir pressionar com os quatro jogadores da frente”, comentou.

Para piorar a viva do Fluminense, que embarcou para a Argentina em meio a cobranças da torcida, o River Plate deve ter a volta de 13 jogadores que cumpriram o período de isolamento e não apresentaram sequelas nos últimos exames realizados antes da partida. Dos 15 que estavam afastados, apenas dois deles, o zagueiro Díaz e o goleiro reserva Bologna, tiveram ainda não estão aptos a retornar aos gramados.

Na lista dos que voltam a ficar à disposição há três titulares: o goleiro Armani, o meia De La Cruz e o atacante Borré, além do zagueiro Rojas e o volante Zuculini, que costumam atuar com frequência. Existem ainda outros sete jogadores do elenco que se infectaram posteriormente, seguem cumprindo o período de isolamento e não vão enfrentar o Fluminense. São eles: os laterais Alex Vigo, Angileri e Montiel, os volantes Ponzio e Paradela, e os atacantes Beltrán e Londoño.

Além disso, o técnico Marcelo Gallardo poderá contar com mais dois reforços: o zagueiro Pinola, recuperado de uma contusão no braço direito, e o atacante Fontana, que havia sido isolado com suspeita de covid-19, mas testou negativo.

Caso realmente tenha boa parte do elenco à disposição, a tendência é de que o treinador preserve Enzo Pérez, que ainda se recupera de uma lesão muscular e atuou no sacrifício e improvisado no gol na vitória histórica diante do Santa Fe, para que não corra novamente o risco de ter um problema físico.

O Flu vai com praticamente a força máxima. Existem algumas dúvidas na escalação. Cazares e Nenê brigam por uma vaga no meio de campo e os jovens Luiz Henrique e Gabriel Teixeira disputam um lugar no ataque. É possível que, considerando o desempenho ruim de boa parte dos jogadores nos últimos compromissos, Roger faça outras mudanças. Samuel Xavier e Egídio surgem como opções para as laterais nas vagas de Calegari e Danilo Barcelos, que foram mal contra o Flamengo. Kayky também pode perder seu lugar entre os titulares para Caio Paulista.