A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal tornou os irmãos Brazão réus por encomendarem a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Em votação unânime, a decisão acatou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão foram apontados pela Polícia Federal como os responsáveis pelo crime que aconteceu em 2018. Segundo os investigadores, a motivação tem ligação com o loteamento de terras para a expansão da milícia em regiões da capital fluminense.

Os irmãos foram presos em março deste ano, após uma operação da PF. Além deles, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barboza, também se tornou réu por participação no crime. Para os investigadores, Barboza arquitetou o homicídio e atrapalhou as investigações para beneficiar os Brazão.

A denúncia contra os três teve como base a delação de Ronnie Lessa, apontado como atirador contra Marielle Franco. Ele afirma ter se encontrado com os irmãos Brazão próximo a um hotel e que Rivaldo Barbosa teria o jogado aos “leões” para mesclar o envolvimento do parlamentar e do conselheiro no crime.

Além do trio, o ex-assessor de Domingos Brazão no TCE-RJ Robson Calixto Fonseca, e o PM Ronald Paulo Alves Pereira também se tornaram réus por participação no crime. Ambos foram presos no último dia 9 de maio e teriam seguido os passos de Marielle momentos antes do assassinato.

O crime aconteceu em março de 2018, quando Marielle Franco deixava uma agenda parlamentar no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Um outro veículo emparelhou com o carro da vereadora e atirou ao menos nove vezes.

Quatro tiros atingiram a vereadora, enquanto outros três acertaram o motorista Anderson Gomes. Uma outra assessora sobreviveu ao atentado.

Além de Ronnie Lessa, o ex-policial militar Élcio Queiroz também participou do atentado. Em delação, ele admitiu que dirigia o carro usado no crime. Outro suspeito de ter atuado no crime é o ex-bombeiro Maxwell Simões, que teria feito campanas para monitorar Marielle