A autora do livro “Aventuras de Mochila”, a brasileira Marcia Reis, relatou que teve a sua hospedagem recusada em um hostel na cidade de Bruxelas, na Bélgica, por ter mais de 40 anos.

Por meio de uma publicação nas redes sociais, Marcia, de 60 anos, afirmou que sofreu etarismo. “Muito se fala sobre a discriminação de raça, credo e gênero, mas pouco é falado sobre a discriminação pela idade. Foi um choque para essa mochileira que defende a estadia em hostel para todas as pessoas. Mas não é só em hospedagem que isso acontece. Já fiz trilhas onde o ritmo do guia era ditado pelos mais jovens, e que eram a minoria no grupo”, afirmou.

“A população está envelhecendo sim, mas cada dia com mais saúde e disposição para se lançar nos mais diversos desafios, sejam físicos ou profissionais. Pessoas com mais de 50 anos iniciando uma nova profissão, uma faculdade, ou se lançando na estrada para realizar o sonho de conhecer o mundo, ou tudo que seu tempo neste plano permitir. Um assunto que devemos começar a pensar e tratar com mais relevância”, acrescentou.

A autora tem um perfil no Instagram para expor suas viagens pelo Brasil e o exterior. Desde março deste ano, ela vem registrando sua passagem pelo continente europeu, em países como França, Itália, Inglaterra, Albânia, Bósnia-Herzegovina, Eslovênia e Bélgica.

Legislação brasileira

O caso de etarismo em hotéis e albergues brasileiros tem sido alvo de reclamações. Por conta disso, os deputados Marcos Tavares (PDT-RJ) e Daniel Agrobom (PL-GO) apresentaram, em 2023, um projeto de lei para instituir o “Programa Nacional de Prevenção ao Etarismo”.

O projeto define uma série de medidas para as pessoas que sofrem etarismo, como campanha nacional de conscientização, disponibilidade de profissionais de psicologia e psiquiatria e atendimento jurídico e orientação gratuitos.

A proposta ainda tramita nas comissões de Saúde, Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e Constituição e Justiça da Câmara.