Carlos-Goulart
Divulgação

Uma das discussões mais atuais da medicina diz respeito às relações entre os médicos e as indústrias da área da saúde. Relatos de casos de profissionais que privilegiam remédios ou outros recursos de determinado fabricante em troca do recebimento de benefícios têm surgido com frequência preocupante nos últimos anos. As histórias tornam ainda mais urgente a necessidade do estabelecimento de regras claras para balizar esse relacionamento. No Brasil, o debate ganhou fôlego há duas semanas, capitaneado pela Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed). Abaixo, entrevista com Carlos Goulart, presidente-executivo da entidade.

ISTOÉ – Qual a posição da Abimed sobre o assunto?

Goulart – A relação entre os profissionais de saúde e as indústrias precisa ser cada vez mais transparente para que não haja qualquer suspeita.

ISTOÉ – O que a entidade pretende fazer?

Queremos definir o que pode ser feito para que isso aconteça. Precisamos ouvir todos os envolvidos no assunto, como o Conselho Federal de Medicina, os hospitais, a indústria, os médicos, os planos de saúde.

ISTOÉ – Como será o encaminhamento das conversas?

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Goulart – Até o mês que vem estaremos procurando congressistas para levar nossas propostas. Nos Estados Unidos, foram necessários três anos para chegarem em uma legislação (o Sunshine Act determina que o médico deixe claro se e quanto recebe de alguma indústria e para que recebe).

ISTOÉ – Que casos envolvendo médicos e indústria chamaram mais a atenção recentemente?

Goulart – Os desvios de conduta que mais sabemos são os que conhecemos pela imprensa, como a máfia da prótese (esquema que envolvia médicos e empresas para a colocação desnecessária de próteses). Esses esquemas só prejudicam os pacientes. Eles têm que acabar.


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