Se estivesse vivo, o escritor russo Leon Tolstói (1828-1910) certamente ficaria horrorizado com a adaptação de um episódio de 70 páginas do romance “Guerra e Paz” (1865-1869) para o teatro musical . Isso porque ele condenava o poder que a música exerce sobre a plateia. Na novela “A Sonata a Kreutzer”, publicada em 1889, Tolstói defende a tese de que a música é prejudicial à saúde porque faz o espectador confundir sua alma com a do compositor, “e passamos de um estado a outro sem saber por que o fazemos”.