Embora Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já tenham dado declarações no passado recente sobre uma iminente filiação de Tarcísio de Freitas ao PL, o governador de São Paulo segue no Republicanos e tem dado sinalizações públicas e nos bastidores de que não pretende mudar de partido.
Aliados de Tarcísio com quem o governador mantém interlocução frequente citam três motivos pelos quais o governador não deve, ao menos por ora, seguir os planos de Bolsonaro e Valdemar.
Um deles é a avaliação segundo a qual permanecer fora do PL robustece o voo solo do governador e a construção de sua independência política em relação a Bolsonaro, trabalho já consideravelmente impulsionado pelas vitórias de Tarcísio nas eleições municipais na capital e no interior paulista.
Outro motivo lembrado é a opção de Tarcísio de Freitas pela reeleição, verbalizada publicamente pelo próprio há duas semanas.
Caso fosse concorrer à Presidência já em 2026, uma migração ao PL seria classificada no entorno do governador como um movimento natural. Para uma disputa em São Paulo, na qual entrará com amplo favoritismo, o Republicanos seguiria sendo suficiente em termos de estrutura e o governador ainda contaria com a capilaridade de aliados como PSD e União Brasil.
Além do mais, há uma razão de ordem prática: uma possível saída do partido poderia criar problemas para Tarcísio em sua base aliada na Assembleia Legislativa. O Republicanos tem oito deputados estaduais.