Por que os EUA estão enviando navios de guerra para a Venezuela?

AFP
Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, fala sobre nova ação dos EUA Foto: AFP

Com a justificativa de combater os cartéis de drogas, o governo dos Estados Unidos enviou três navios da Marinha com mísseis guiados Aegis — entre eles, o USS Gravely e o USS Jason Dunham —  com cerca de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para a região do Caribe, próxima da Venezuela.

A grande operação estadunidense, que teve início na terça-feira, 19, marca a escalada na ação de Donald Trump para bloquear o fornecimento de fentanil e medicamentos que provocaram a crise de overdose nos EUA.

Além disso, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou em coletiva de imprensa que o país está preparado para “usar toda a força” para frear “o fluxo de drogas em direção” aos EUA.

Questionada sobre o envio de navios militares, Leavitt afirmou: “O regime de Nicolás Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É um cartel do narcotráfico, na opinião desta administração. Nicolás Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um líder fugitivo deste cartel, acusado nos EUA de tráfico de drogas para o país”.

A missão deve envolver ainda um submarino nuclear, uma aeronave de reconhecimento P8 Poseidon, vários contratorpedeiros e um navio de guerra equipado com mísseis.

Reação da Venezuela

Há algumas semanas, o governo americano dobrou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 273 milhões) a recompensa para quem fornecer informações que levassem à prisão de Maduro, descrevendo-o como “um dos maiores traficantes de drogas do mundo”, chefe do Cartel dos Sóis e uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

O governo da Venezuela e outras instituições do país reagiram ao anúncio. O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, rejeitou “categoricamente” as acusações americanas, chamando-as de “ridículas.

O presidente Nicolás Maduro anunciou a convocação de 4,5 milhões de milicianos armados como parte de um “plano de paz” e apelou para que esses grupos estejam “preparados, ativados e armados” para defender o país.

Maduro foi indiciado no ano de 2020, em Nova York (EUA), por narcoterrorismo e conspiração para importação de cocaína.

*Com informações da Reuters e AP