Se for para comemorar o Dia dos Namorados – ou o Valentine´s Day – no Brasil vai ser preciso esperar até 12 de junho. Em boa parte do resto do mundo, porém, é hoje o dia de trocar juras de amor.

O resto do mundo não celebra o ‘Dia dos Namorados’, mas o Dia de São Valentim. Dia dos Namorados é uma criação de uma agência de publicidade paulistana. Na Inglaterra, onde o costume surgiu, celebra-se o São Valentim desde o tempo dos cavaleiros.

O Valentine´s Day é uma alusão a São Valentim, um valente e popular servo do senhor que chegou a ser torturado por pregar o amor. A lenda, no entanto, surgiu até antes dele, com uma festa romana que era realizada no distante século IV a.C. em homenagem ao deus Lupercus. A festança conhecida como festa de Lupecalia já acontecia em fevereiro e era uma forma das pessoas pedirem proteção e abundância nas colheitas e – por que não – no amor?

Pois nessa festa, era costume colocar os nomes das mulheres em um jarro para que os homens pudessem escolher suas companheira nos bailes. O festival perdurou por mais de 800 anos e é contado de várias formas através da história. A mesma história que guarda provas de que o festival foi extinto em função do cristianismo: no lugar dos nomes das mulheres, a igreja passou a colocar o nome dos santos. Valentim substitui Lupercus nessa homenagem.

Ele foi uma espécie de “defensor do amor” naqueles tempos de ira e ódio em que até os soldados eram proibidos de casar para não sentirem saudades de casa. Valentim, no entanto, continuava a celebrar os casamentos, a despeito das ordens superiores. Chegou a ser preso e receber inúmeros bilhetes e recados de jovens que ainda acreditam no amor e viam nele uma salvação para que esse sentimento fosse celebrado sem culpa.

Tudo isso pode ser só lenda, mas lendas também revelam costumes. E para quem quer acreditar em um pouco de romance, há ainda a história de que antes de morrer, no dia 14 de fevereiro de 269 d.C, Valentim, preso e solitário, teria se apaixonado por uma moça cega, a filha do guardião, fazendo com que ela voltasse a enxergar ao lhe entregar uma derradeira carta de amor assinada como “Seu eterno Valentim”.

Por aqui, a data é celebrada no dia 12 de junho, em referência ao dia de Santo Antônio (comemorado dia 13), um santo casamenteiro bem brasileiro e um dos ‘culpados’ é o publicitário João Dória (1919-2000), pai do ex-governador de São Paulo.

Em 1948, sua agência, a Standart Propaganda, recebeu um trabalho da Exposição Patriarca e Modas Clipper, lojas de roupas. Eles queriam impulsionar as vendas em junho, mas o mês não tinha nenhuma data como Natal ou Dia das Mães para convencer o povo a comprar.

Dória então importou o São Valentim do jeito dele. Simplesmente criou um anúncio dizendo que 12 de junho era o Dia dos Namorados e os pombinhos deviam correr para as lojas.