E lá se vão por água abaixo as esperanças de Lula de sair tão cedo da carceragem da sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde cumpre pena de doze anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro. Enganou-se quem imaginou que o novo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, iria colocar imediatamente em pauta o julgamento da ação contrária à prisão a partir do segundo grau de jurisdição. Como é de seu estilo, Dias Toffoli foi, na semana passada, claro e objetivo: julgamento a respeito da segunda instância (é nela que Lula já está sentenciado no TRF-4, órgão colegiado) ocorrerá somente no ano que vem. Com o bom senso que deve nortear um presidente da mais alta Corte do País, Dias Toffoli não levará à votação temas polêmicos, às vésperas de uma eleição que vem provocando radicalismos e intolerâncias jamais vistos na república brasileira. “A segunda instância não será pautada agora, inclusive com a concordância do relator (ministro Marco Aurélio Mello). Em 2019 discutiremos o momento adequado”, declarou Toffoli. Além disso, a ação interposta pelos advogados do ex-presidente (embargos de declaração para esclarecimentos de trechos pontuais da sentença) não renderá habeas corpus para ele – habeas corpus, aliás, já negado em abril. Segundo Dias Toffoli, “o caso foi debatido amplamente” e derrotado no plenário virtual. Ele acredita que, até por se tratar “de um recurso limitado”, dificilmente haverá qualquer mudança no plenário presencial.

A demagogia de Fernando Haddad sobre o indulto a Lula

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Fernando Haddad declarou que não dará indulto a Lula. É mero marketing de campanha para tentar ganhar eleitores não petistas. Ainda que ele quisesse fazê-lo, o que implicaria a imediata liberdade do preso, tal benefício está vedado para o ex-presidente por decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso. O magistrado retirou do decreto de indulto (de Michel Temer) os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Mais: estipulou o cumprimento de um terço da pena para recebimento do benefício. Lula chegará lá, levando-se em conta apenas a sentença atual, em maio de 2021.

DIPLOMACIA
Emmanuel Macron pede perdão

Thomas Samson

Até a semana passada, dizer para um francês que seu país torturara muita gente na Argélia durante a guerra de independência dessa colônia (1954-1962) era ofensa similiar à de tecer críticas sobre a Revolução Francesa. A situação mudou agora, senão para a maioria da população, pelo menos na cúpula do poder. Pela primeira vez um presidente (no caso, Emmanuel Macron) admitiu que os franceses torturaram e mataram cerca de 300 mil argelinos – entre eles, o líder da luta separatista, o matemático Maurice Audin, assassinado aos 25 anos. Macron fez questão de visitar a viúva Josete Audin (foto) e oficialmente pediu-lhe perdão. Maurice foi morto em 1957.

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A primeira forte denúncia contra a tortura na Argélia veio do cineasta Gillo Pontecorvo, em 1966, com o filme “La battaglia di Algeri”

SAÚDE
Ministério tornará vacinação obrigatória

Daniel Lins

Diante da baixa adesão às vacinas e o retorno de doenças que estavam erradicadas no País, o Ministério da Saúde estuda a possibilidade de tornar obrigatória a vacinação de crianças. Um dos caminhos que deverá ser seguido é o de transformar a carteira de imunização em pré-requisito para a realização de matrícula escolar. Atualmente é facultativa a apresentação desse documento. “Estratégias pontuais já foram adotadas por algumas Assembleias Legislativas. Será que não estamos no momento de o Ministério da Saúde tornar a vacinação e a apresentação da carteira obrigatórias?”, pergunta Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações.

SOCIEDADE
Os venezuelanos passam fome. Já Nicolás Maduro…

Na Venezuela, 87% da população não sabe, há muito tempo, o que é ter um pedaço de carne no prato. Já o presidente do país, Nicolás Maduro, ditador populista e bolivariano que o PT tanto adora, come carne diariamente e com ela regala-se ainda mais quando viaja ao exterior. Na Turquia, na semana passada, no famoso restaurante do chef Nusret Gökce (localizado em Istambul e frequentado por Leonardo Di Caprio e Cristiano Ronaldo), Maduro fartou-se com uma suculenta carne ao preço de R$ 1,3 mil. Os famintos venezuelanos revoltaram-se, e com razão, logo que imagem começou a circular nas redes sociais.

CINEMA
Recorde nas telas

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A Ancine divulgou dados sobre a presença de público nos cinemas de todo o País. Referem-se a 2017. Foi um excelente ano para a produção nacional, que bateu recorde de lançamentos com 160 filmes – e, fato inédito, sete animações estiveram nas telas no período de 12 meses. 1,36 milhão de espectadores fizeram o sucesso da comédia “Os parças”. * Em relação a filmes estrangeiros, o estouro foi a produção americana “Despicable Me 3” (“Meu malvado favorito 3”). A animação foi vista por aproximadamente 9,5 milhões de pessoas.