Mais tarde, vamos aprendendo outras coisas relacionadas a meio ambiente. Poucas são as escolas que contam com a sorte de ter um pátio ou uma horta. Para muitos jovens, os cuidados se resumem a entender que é preciso separar o lixo, não desperdiçar água, e decorar alguns nomes e conceitos como “chuva ácida”,
“aquecimento global”, “degelo das calotas polares” e “efeito estufa” para as provas.
No entanto, esse ponto é urgente. Não dá mais para esperar. Há semanas, a Amazônia está em chamas (mais forte e de maneira descaradamente mais imprudente do que em outros anos nessa mesma época) e nós, brasileiros com alguma consciência coletiva, olhamos aterrorizados. É claro que a vontade é pegar um balde d’água e ir lá pessoalmente apagar o fogo, porque foi assim que aprendemos a cuidar na natureza: remediando problemas. Não sou professora de Ciências, mas penso que a educação para o meio ambiente vai muito além disso: é preciso enxergar e entender a sustentabilidade como o único meio de sobrevivência neste planeta pelas próximas décadas. É ter noção de que a água realmente pode acabar, mas, antes disso, vai ficar tão cara que seu consumo será inviável para a maioria da população mundial.
A educação para o meio ambiente passa sim por fazer o feijãozinho crescer ou plantar uma árvore no pátio, mas também percorre o caminho da conscientização alimentar, política, social e ética. Assim, ao invés de apenas assistirmos – estarrecidos – às nossas riquezas se esvaírem, saberemos, enfim, o que fazer para que isso não mais aconteça. A vida pode sim surgir e ressurgir em qualquer lugar. Mas a Amazônia está mostrando que abusar tem limite.