Nelson Piquet não estará em Interlagos, em São Paulo, durante o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 no próximo fim de semana. Apoiador de Jair Bolsonaro (sem partido), o tricampeão mundial da categoria recusou convites da organização da prova por conta da ligação do GP com o governador João Doria (PSDB), hoje oposição do presidente da República. A apuração é do colunista do UOL Fábio Seixas.

Para entender o que a Fórmula 1 tem em relação à disputa política entre o governador de São Paulo e presidente é preciso voltar um pouco no tempo. Bolsonaro tentou alavancar o projeto de um autódromo no Rio de Janeiro para trazer de volta a competição ao estado. No entanto, Doria conseguiu manter Interlagos, na capital paulista, como sede brasileira na principal categoria do automobilismo.

Dona dos direitos da F1, a Liberty Media renovou o contrato para o GP de São Paulo até 2025. A manutenção da corrida em solo paulista foi comemorada por Doria, o qual tem sido opositor ferrenho de Bolsonaro, principalmente durante o período pandêmico.

Com todo este cenário, Nelson Piquet decidiu não estar em Interlagos nos próximos dias para não ter a sua imagem vinculada ao tucano que governa o estado de São Paulo. Pelo contrário, o vencedor do GP Brasil por duas vezes, quando a etapa era realizada no circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, tem se aliado cada vez mais com Bolsonaro.

Ainda segundo o UOL, a assessoria do ex-piloto foi procurada e informou que o motivo da ausência foi que Piquet não reencontraria velhos amigos da F1 como Lauda e Charlie Whiting, ambos mortos em 2019.

O único motivo aparente para Piquet estar Interlagos é a atual fase do seu genro, Max Verstappen. Namorado de Kelly Piquet, o holandês está na liderança e tem boas chances de vencer em São Paulo. O piloto inclusive esteve na casa de Nelsinho em Brasília.

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